Desastre no RS deve mudar avaliação de risco climático, diz Carla Argenta
Veja Mercado: catástrofe climática no Rio Grande do Sul deve ter efeitos sobre a inflação, balança comercial, PIB e mercado de trabalho brasileiro
“Eu espero que esse evento seja uma virada de chave para que as empresas reconheçam os problemas climáticos”, disse Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital. A gestora pontuou que a catástrofe climática no Rio Grande do Sul deve ter efeitos sobre a inflação, balança comercial, PIB e mercado de trabalho brasileiro. Segundo ela, as instituições financeiras devem estar na linha de frente da mudança de comportamento em relação às mudanças climáticas. “No caso das instituições financeiras, isso acontece com uma velocidade maior porque elas, em muitos casos, vendem seguros e oferecem empréstimos para empresas. Se acontece uma catástrofe dessa magnitude, é impossível que as empresas tomadoras de crédito consigam arcar com suas dívidas – e a inadimplência nos bancos aumenta”.
No último Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central, divulgado em abril, o BC notou que as instituições financeiras brasileiras estão mais preocupadas com os possíveis efeitos das mudanças climáticas no sistema financeiro. As principais preocupações citadas são aumento de custos, danos ao processo produtivo e aumento da inadimplência.
A repórter Camila Barros entrevistou Carla Argenta para o VEJA Mercado desta quarta-feira, 08. O programa também abordou as expectativas para o Copom, que divulgará sua decisão de juros no início desta noite. O episódio contou também com a participação de Juliana Machado, editora de VEJA e analista de mercado financeiro com certificado CNPI, que explorou o desempenho e os rumos da bolsa brasileira.