Conselheira que barrou processo da Marfrig com BRF revê decisão
Em poucos dias, Lenisa Prado mudou de opinião
Quando tudo parecia ir de vento em popa para aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da compra de percentual relevante da BRF pela Marfrig, a conselheira Lenisa Prado barrou a operação pedindo que a secretaria geral investigasse melhor os efeitos do negócio e o impacto concorrencial. No juridiquês, ela pediu uma avocação. Mas a conselheira agora voltou atrás e desistiu da tal avocação, permitindo que o negócio vá adiante. De acordo com seu voto, publicado nesta quinta-feira, 28, a conselheira mudou de ideia sete dias depois de sua decisão, após uma reunião ocorrida no dia 18/10/2021 com os advogados e preposto das empresas envolvidas. “Entendo que minhas preocupações foram esclarecidas na instrução complementar do processo e revejo a minha posição constante do despacho que sugeriu a avocação do ato de concentração em tela”, disse ela no voto.
Mas também alertou que vai seguir de olho neste setor, que tem visto intensos movimentos de aquisições verticais e horizontais e que a preocupação deve se estender a outra agentes, “em especial no que tange o impacto concorrencial de estruturas societárias e contratuais que envolvam a verticalização ou a lógica de conglomerado, assim como aquelas que impactem de forma significava as redes de distribuição.”
Lenisa entrou no Cade no ano passado, indicada pelo senador Flavio Bolsonaro. Sua mae, a desembargadora Maria do Carmo Cardoso, foi apontada como madrinha do ministro Kassio Nunes para que fosse indicado para o cargo no Supremo, também sob a benção do senador.