Câmara quer quebrar regra de tarifas e coloca em xeque empresas de energia
VEJA Mercado: dia será tenso para grupos de distribuidoras de energia na bolsa
VEJA Mercado | Abertura | 5 de maio
Depois que o homem dos juros americanos, o presidente do Fed, Jerome Powell, acalmou todo mundo dizendo que não pensam em subir fortemente os juros, o noticiário local passa a ter mais foco dos investidores. Dois assuntos, em especial, estarão na pauta. Primeiro a sinalização do Copom de que vai subir mais os juros aqui no Brasil. Mas tem outro assunto que pode atingir em cheio as empresas de energia. Na noite de ontem, a Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para votar um projeto de decreto legislativo que susta os reajustes de mais de 20% das tarifas de energia da distribuidora de energia no Ceará, e que foram autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica. A ideia dos políticos é suspender todos os reajustes neste ano, deixando a conta para 2023. A distribuidora do Ceará pertence à Enel.
O problema é que isso é uma quebra de contrato inesperada que pode fazer com que os investidores reajam vendendo ações hoje na bolsa. As empresas distribuidoras já pagaram por boa parte do reajuste, efeito do uso das térmicas no ano passado por conta da crise hídrica, e teriam neste ano justamente a compensação pelo pagamento antecipado. Algumas das principais ações de empresas que possuem distribuidoras de energia são Cemig, Copel e CPFL.
*Correção. O texto anterior informava erroneamente que a Engie é dona da distribuidora de energia do Ceará. O correto é Enel, como está agora no texto.
*Atualização às 14h. A calmaria valeu apenas para ontem. Os mercados mundiais despencam hoje com temor renovado sobre a alta dos juros americanos.
*Quer receber alerta da publicação das notas do Radar Econômico? Siga-nos pelo Twitter e acione o sininho.