Caixa quer sua maquininha na mão do vendedor no farol
Nova presidente da estatal, Daniella Marques pretende priorizar em sua gestão o melhor aproveitamento do gigante número de clientes do banco
Com 148 milhões de clientes, a Caixa Econômica Federal atende a parcela bastante representativa da população. O problema é que muito deles têm relação com apenas um produto do banco — em torno de 90% deles. Cerca de dois terços do crédito concedido pelo banco estatal está relacionado a crédito imobiliário, o principal negócio da instituição e uma de suas grandes vocações históricas. Além disso, cerca de 38 milhões de clientes são beneficiários do Auxílio Brasil, muitos deles, “os invisíveis” que não eram bancarizados, não possuem emprego formal e nem estavam cadastrados nos programas sociais do governo, segundo a expressão dita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Nova presidente do banco desde a saída de Pedro Guimarães após denúncias de assédio, Daniella Marques tem visto como seu maior desafio em sua gestão, que tem cerca de um mês, fazer os clientes utilizarem mais serviços financeiros da instituição e incentivar os negócios dos pequenos empreendedores. Por exemplo, ela critica que até o vendedor de morangos no farol, que recebe alguém benefício da Caixa, prefere utilizar uma maquininha de alguma concorrente ou fintech, em vez da azulzinha da instituição. Agora, ela vai correr contra o tempo para mudar isso.