Brasil vive retirada em massa de dinheiro dos fundos de ações
Juros afastam investidor do risco

O mercado de fundos de ações registrou retiradas de recursos em todos os meses do ano até maio, com uma saída de 47,4 bilhões de reais. Nesse período, a queda do patrimônio líquido do setor foi de 11,6% , em oposição ao ganho de 12,2% ocorrido nos mesmos meses de 2021. A Anbima, associação de entidades do mercado financeiro que compila os dados, destaca a taxa de juros como principal fator que distingue os dois períodos. A taxa Selic estava em 12,75% em maio deste ano, enquanto era de apenas 3,5% em maio passado. Ao comentar perspectivas para o restante de 2022, Pedro Rudge, vice-presidente da associação, diz achar que estamos próximos de um pico da taxa de juros. Se confirmado, a força da tendência que favorece a renda fixa em detrimento das ações pode diminuir, segundo ele, estimulando investimentos de maior risco. Tudo depende do sucesso da política do Banco Central no combate à inflação. De todo modo, o período em que experimentamos juros muito baixos para o padrão brasileiro ainda deve permanecer no passado, o que por si só estimula mais o investimento em renda fixa do que em renda variável.
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