Banco engajado é culpa da autonomia do Banco Central, avalia governo
Febraban tem racha depois de decidir apoiar publicação de manifesto que pede harmonia dos Poderes
Parte da cúpula do governo de Jair Bolsonaro avalia que o engajamento dos bancos privados para publicar um manifesto que pede a harmonia dos poderes, e levou a um racha na Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), tem origem na autonomia do Banco Central. Dependentes de regulação do governo, os bancos não têm, ou não tinham, tradição de se manifestar publicamente por qualquer atuação do governo. O Banco do Brasil e a Caixa decidiram deixar a Febraban com a publicação do manifesto capitaneado pela Fiesp e que terá a assinatura da federação e, estima-se, de outras 200 entidades. O manifesto está previsto para ser publicado ainda nesta semana. O governo quer emplacar o discurso de que bancos públicos não podem fazer parte de qualquer associação engajada, contra ou a favor do governo, e, portanto, não seria uma intervenção do governo nestes bancos. E tenta ainda minimizar o apoio de tantas entidades ao manifesto dizendo que o Brasil nem tem tentas entidades, logo, seria um manifesto de entidades fantasmas.