Banco Central vai exigir gerenciamento de risco climático dos bancos
Instituto Escolhas defende que BC adote a prática de divulgação de relatórios com operações negadas pelas instituições por riscos sociais e ambientais
O Banco Central vai endurecer as regras de gerenciamento de risco social e ambiental e vai ainda exigir que os bancos passem a também se preocupar com o clima. O BC já faz exigências de responsabilidade social, mas hoje trata o risco sócio-ambiental como um só e não cobra responsabilidade sobre questões climáticas. Por isso abriu uma consulta pública para aprimorar as regras. O BC quer definir mais claramente os riscos sociais e ambientais, separadamente, e a questão climática passará a integrar o conjunto de regras de gerenciamento de risco. A expectativa é de que fiquem claras as diretrizes a serem seguidas para que uma instituição não financie a destruição do meio ambiente e muito menos crimes como trabalho escravo e infantil.
O Instituto Escolhas, uma ONG voltada para o debate de questões ambientais e sociais, diz que todas as operações associadas a violações ou a não conformidades ambientais e sociais deveriam ser sumariamente negadas pelos bancos e o Banco Central deveria divulgar relatórios com informações detalhadas sobre as operações negadas. O Instituto propõe o uso de três ferramentas pelos bancos: rastreabilidade, alertas e matriz de risco. As operações com riscos sociais, ambientais e climáticos devem receber um alerta de “risco” ou de “alto risco”. As instituições devem incorporar sistema de rastreabilidade para comprovar que quem recebe o recurso à qualquer prática que fere direitos trabalhistas, que polua ou destrua a biodiversidade. E também sugere a adoção de uma metodologia de Matriz de Riscos Ambientais, com base em critérios consistentes. A consulta pública do BC fica aberta até junho.