Aportes em startups desaceleram e unicórnios vivem fase de ajuste
Aportes que subiram 368% em 2021, sobem só 4% neste ano e startups importantes vivem fase de ajuste com demissões
Os aportes em startups brasileiras no primeiro trimestre do ano tiveram um saldo significativo: fora 2,04 bilhões de dólares (quase 10 bilhões de reais). Apesar do número robusto, os investimentos representam um crescimento de apenas 4% em relação ao mesmo período do ano passado quando foram registrados aportes de 1,96 bilhão de dólares, segundo dados da plataforma que reúne startups Distrito e do Bexs Banco. Mas o que mais impressiona é a desaceleração dos investimentos. No primeiro trimestre de 2021, o crescimento havia sido de mais de 368% em comparação com o ano anterior.
De acordo com Gustavo Gierun, cofundador da Distrito, o mercado gozava de muita liquidez em 2021, enquanto hoje taxas de juros estão sendo elevadas em todo o mundo para conter a pressão inflacionária e há um grande stress no mercado por conta da guerra na Ucrânia. Em sua análise, o mercado está dando sinais de que o acesso ao capital será mais difícil, mas sem, no entanto, que haja uma grande ruptura.
Paralelamente, unicórnios como QuintoAndar, Facily e Loft, que receberam grandes aportes em anos anteriores, estão fazendo ajustes com demissões em massa nas últimas semanas. Gierun caracterizou esse fenômeno como um “ajuste pontual derivado dos desafios vigentes”. Apesar de alguns dados desanimadores, como as demissões, ele realça que o mercado brasileiro de startups cresce proporcionalmente mais que o americano e diz que “potencial existe e [o crescimento] é uma tendência estrutural”.
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