Analistas duvidam que Petrobras leve adiante plano de vender refinarias
VEJA Mercado: estatal reafirma intenção de vender três refinarias, mas proximidade das eleições dificulta processo
Em meio à quarta troca na presidência da Petrobras e um dia antes de Caio Paes de Andrade assumir o posto, a estatal anunciou o plano de retomar a venda três refinarias que fazem parte do programa de desinvestimento da companhia e que respondem por 50% da capacidade de refino nacional. O momento parece não ter sido nada apropriado, como mostram relatórios de analistas divulgados nesta terça-feira, 28, que não fazem boas estimativas de preços e duvidam da venda tão próxima às eleições. Vale lembrar que um dos planos do ex-presidente Lula, caso eleito, é justamente o oposto, o de “abrasileirar” a Petrobras, sem concessões e por meio da construção de novas refinarias, já que o Brasil hoje tem problemas de abastecimento.
Para os analistas da Genial, as três refinarias poderiam ser vendidas por até 5,5 bilhões de dólares (29 bilhões de reais), um valuation baixo em relação a pares globais por causa da ausência da paridade de preços plena por parte da Petrobras. Os analistas do BTG Pactual lembram que o processo de venda de uma outra refinaria levou 21 meses para ser concluído, e que a incerteza macroeconômica e também sobre a política de preços dos combustíveis reduzirão massivamente o interesse pelos ativos. “A aquisição de uma refinaria em um mercado dependente de importação, onde os preços dos combustíveis diferem dos internacionais, aumenta os riscos de execução dos projetos e reduz seus retornos esperados”, escreveram. “A Mubadala, que adquiriu a refinaria de Mataripe, parece estar enfrentando esses obstáculos de lucratividade”, concluíram.
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