A visão de Ilan Goldfajn sobre a reforma administrativa e o PIB de 2022
Ex-presidente do Banco Central, de malas prontas para o FMI, Ilan vê reforma como necessária para modernizar o funcionalismo público

Executivo de sucesso irrefutável no setor público, o economista Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central e ex-presidente do conselho do Credit Suisse no Brasil, defende o avanço da reforma administrativa para a modernização do funcionalismo no país. A proposta, que poderia gerar um espaço fiscal de 200 bilhões de reais em uma década, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), está parada no Congresso. De malas prontas para o FMI (Fundo Monetário Internacional), Goldfajn aponta que a implementação de um sistema de avaliação e a possibilidade de demissão de maus funcionários do setor público é, sobretudo, uma necessidade para abrir espaço fiscal para a retomada dos investimentos públicos.
“O setor público é hoje superdimensionado, ao mesmo tempo em que não provê os serviços que a população deseja. A gente precisa achar espaço no Orçamento para poder voltar a investir e para poder pagar o Bolsa Família ou Auxílio Brasil, que seja, sem ter nenhuma confusão fiscal com o teto de gastos, que é a nossa âncora”, aponta Goldfajn. “Outra coisa importante que a reforma pode trazer é a melhoria dos serviços. Para isso, a gente tem de encontrar uma forma de motivar o servidor público a prestar esse serviço melhor. Eu que trabalhei em Brasília durante seis anos como diretor e três anos como presidente, sei que uma coisa que incomoda no funcionalismo é você trabalhar bem e ser tão recompensado quanto o servidor que está ‘encostado’. Quando o bom funcionário e o mau funcionário são remunerados da mesma forma não há bônus nem ônus.”
Sobre as projeções para a economia brasileira em 2022, o economista diz que o aumento da taxa básica de juros, que pode chegar a dois dígitos, vai gerar uma “forte desaceleração”. “Não tem como chegar a este patamar e não causar um impacto grande na economia real. Não tenho dúvidas de que as últimas altas para poder controlar a inflação vão levar a economia a desacelerar este ano”, projeta ele, que mostra-se preocupado com o “arranjo” encontrado para o teto de gastos no Orçamento. “O abandono da âncora vai custar muito caro. Não é o combate à inflação que isso custa. Esses bilhões por fora do teto vão ter um custo muito maior em termos de recessão e de geração de emprego. Ou seja, estamos ganhando poucos bilhões em espaço fiscal em troca de centenas de bilhões que o país pode perder lá na frente, em termos de PIB. Com poucos bilhões você implode o regime fiscal, pelo menos na percepção do credor, que é quem está rolando essa dívida do governo”, completa, sobre a PEC dos Precatórios.
*Quer receber alerta da publicação das notas do Radar Econômico? Siga-nos pelo Twitter e acione o sininho.
Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se já é assinante, entre aqui. Assine para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
Essa é uma matéria fechada para assinantes e não identificamos permissão de acesso na sua conta. Para tentar entrar com outro usuário, clique aqui ou adquira uma assinatura na oferta abaixo
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique. Assine VEJA.
Impressa + Digital
Plano completo de VEJA. Acesso ilimitado aos conteúdos exclusivos em todos formatos: revista impressa, site com notícias 24h e revista digital no app (celular/tablet).
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Receba semanalmente VEJA impressa mais Acesso imediato às edições digitais no App.
MELHOR
OFERTA
Digital
Plano ilimitado para você que gosta de acompanhar diariamente os conteúdos exclusivos de VEJA no site, com notícias 24h e ter acesso a edição digital no app, para celular e tablet. Edições de Veja liberadas no App de maneira imediata.
30% de desconto
1 ano por R$ 82,80
(cada mês sai por R$ 6,90)