A privatização da Petrobras como trunfo de Bolsonaro na campanha eleitoral
Em entrevista, Diogo Mac Cord destaca prioridades do governo em ano eleitoral: 'Temos que discutir a concentração de mercado da Petrobras. É negativa'
Secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord está confiante com o andamento da agenda de privatizações do governo. Em ano eleitoral, Mac Cord vê a concessão de empresas como a Eletrobras e os Correios como um ativo interessante para capitalizar a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Ao Radar Econômico, o secretário critica políticos que se posicionam contra a agenda. “Há grupos que sabem que se trata de uma agenda positiva, com resultados relevantes tanto do ponto de vista fiscal quanto de eficiência, e não posicionam-se contrários por mérito, mas para atrapalhar o governo”, afirma.
Segundo Mac Cord, além das privatizações em âmbito federal, o Ministério da Economia vem viabilizando o andamento de desestatizações de empresas estaduais — o que é capitalizado por adversários políticos de Bolsonaro, como o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). “O BNDES viabilizou o andamento da privatização do Porto de Vitória, do metrô em Belo Horizonte, do sistema rodoviário em Porto Alegre. Se autoridades locais capitalizam politicamente, trata-se de uma agenda positiva. Portanto, provoca um curto-circuito na cabeça do político. É bom ou não é?”, provoca.
Indagado se a privatização da Petrobras seria uma agenda perdida ou mote apenas de um eventual (e improvável) segundo governo de Jair Bolsonaro, Mac Cord afirma que a pauta deveria ser prioridade dos candidatos à Presidência da República. “Temos que discutir a concentração de mercado por parte da Petrobras. É negativa. Temos que pensar em viabilizar a concorrência antes de discutirmos a privatização, o que, na verdade, são pautas que têm de andar em conjunto”, diz.
O secretário afirma que a prioridade do ministro da Economia, Paulo Guedes, envolve a privatização dos Correios e da Eletrobras neste ano. Correios e Eletrobras são os mais relevantes. “Estamos propondo a transformação do serviço postal. O mundo está anos-luz à frente da gente. Aqui no Brasil, se uma carta se perde, o problema é seu. Enquanto isso, o mundo fala em entrega por robôs. Estamos muito atrás”.