A curiosa dança das cadeiras em órgãos de controle da Petrobras
Auditor da CGU, Edson Sá Teles assume Gerência de Responsabilização Disciplinar; ele tem relações com o governo de Jair Bolsonaro
A Petrobras tem um novo Gerente Executivo de Responsabilização Disciplinar. Edson Sá Teles atuou como assessor da Presidência desde a época de Jean Paul Prates e foi um dos poucos que permaneceu após a saída dele. A gerência é responsável por aplicar as punições dos empregados envolvidos em irregularidades.
A Petrobras nega que a indicação de Teles seja um sinal de desprestígio do atual diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, Mario Spinelli, a quem ele se reportará. Mas o fato é que Spinelli tentava há meses emplacar no cargo o executivo Carlos Rafael Lima Macedo, que ocupou a posição interinamente em novembro do ano passado.
Auditor da Controladoria-Geral da União (CGU), Teles também é ligado ao governo de Jair Bolsonaro. Ele foi secretário de Controle Interno da Secretaria Geral da Presidência da República, pasta comandada pelo general Luiz Eduardo Ramos, e assessor especial do militar.
Teles não é a única mudança na estrutura anticorrupção da petroleira, que está no mercado em busca de um novo Ouvidor-Geral.
Em nota, a Petrobras diz que Teles “é um profissional com amplo reconhecimento no setor, exercendo funções de controle e correção, natureza do cargo que agora exerce na Petrobras, há mais de 20 anos” e que sua indicação “atende aos requisitos da Política de Indicações da Petrobras, que estabelece critérios como conhecimento na área de atuação pretendida, experiência em liderança e desempenho em funções anteriores” e que seu nome “também passou por procedimentos de Background Check de Integridade (BCI) e de Capacitação e Gestão (BCG) da Petrobras”.