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A briga da família do fundador das Casas Bahia com a nova direção

VEJA Mercado: membros discordam sobre política de remuneração da companhia

Por Diego Gimenes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 jul 2022, 11h39 - Publicado em 14 jul 2022, 11h38

Michael Klein, principal acionista e filho do fundador da Via, dona de empresas como Casas Bahia e Ponto, teceu duras críticas ao novo programa de remuneração da diretoria da empresa. Segundo o empresário, houve um aumento de 64% na remuneração da diretoria num momento em que as ações da companhia derretem na bolsa. “Os acionistas entendem que a aprovação da proposta teria o poder de ‘assinar um cheque’ de 105 milhões para o conselho de administração distribuir os montantes entre seus membros e diretores a seu bel-prazer e segundo os seus próprios critérios”, escreveu Klein, que possui 10% do capital social da Via, em ata da última reunião divulgada nesta quinta-feira, 14.

O empresário diz ainda que não houve definição de metas atreladas à remuneração, como meta de lucro líquido anual, e afirmou que a remuneração da administração da Via é substancialmente maior que a de outros pares do setor. “Curiosamente, o robusto pacote de remuneração da Via não guarda correlação direta com a sua rentabilidade nos últimos anos – especialmente se comparada com os referidos players. A Via teve a pior rentabilidade quando colocada ao lado da Americanas, da Whirlpool, da Magazine Luiza e da Assaí nos últimos dois anos”, apontou.

Em resposta na ata da mesma reunião, a direção da Via afirma que o aumento da remuneração da diretoria foi de 20%, e não de 64%, como apontado por Klein. A companhia diz ainda que as informações publicadas pelo empresário “carecem de qualquer embasamento técnico ou fático, expressando, portanto, visões infundadas sobre a remuneração global proposta pela administração da companhia”. Por fim, a Via exigiu retratação sobre o caso e ameaça ir à Justiça contra o acionista. “Os signatários da manifestação têm o dever legal de se retratar, sob pena de responderem por quaisquer danos causados à companhia em virtude da disseminação de informações incorretas e imprecisas”, escreveu. “Caso os signatários da manifestação persistam em tais condutas, a companhia desde já informa que tomará todas as medidas legais cabíveis para coibir a disseminação de informações incorretas e imprecisas”, finalizou. Às 11h33, as ações da Via caíam 0,79%, enquanto acumulam desvalorização de 83% em um ano.

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