São Paulo tem 6 milhões de eleitores que ainda não decidiram seu voto para prefeito nas eleições de outubro. Isso significa que 65% do eleitorado ainda está indeciso, o que será determinante para definir o próximo dirigente da capital paulista. As pesquisas de intenções de voto mostram que a disputa está embolada entre o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (Psol) e Pablo Marçal (PRTB).
No entanto, o que tem chamado atenção é o desempenho de Marçal, considerado um outsider e com um comportamento no mínimo controverso nos debates entre os candidatos. A menos de um mês das eleições, a disputa em São Paulo está sendo marcada por embates acalorados e muitas incertezas.
Por isso, qualquer palpite sobre o vencedor é um grande risco. A complexidade do quadro eleitoral e a imprevisibilidade do comportamento do eleitorado deixam qualquer previsão arriscada. O comportamento eleitoral pode mudar drasticamente nas últimas semanas de campanha, e os fatores que podem influenciar essa decisão são diversos e imprevisíveis.
O desempenho de Pablo Marçal pode ser visto por alguns como uma surpresa. E, de fato, sua estratégia de comunicação parece surtir efeito no grupo de eleitores de direita mais extremistas. Ele exalta o empreendedorismo e a prosperidade pessoal, o que também ressoa em parte do público evangélico, especialmente as correntes neopentecostais.
No entanto, Marçal enfrenta limitações. Seu “telhado de vidro” se revela quando questões como segurança pública entram em pauta, devido à sua condenação na Justiça por furto qualificado, além de outras denúncias em andamento. Além disso, a falta de um discurso sólido sobre saúde também prejudica sua ascensão.
O racha da direita é um dos elementos que ainda pode embaralhar o cenário. A movimentação da família Bolsonaro e o desempenho dos vereadores são fatores cruciais nessa movimentação, além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Ao mesmo tempo, candidatos com maior visibilidade, como Guilherme Boulos e Ricardo Nunes, continuam a ser figuras fortes na disputa. Boulos, agora com Marta Suplicy como vice, pode ter ganhos expressivos quando os eleitores tomarem ciência dessa aliança. Já Nunes, o atual prefeito, enfrenta o desafio de manter a base consolidada enquanto lida com o desgaste da gestão.
Assim, o que está claro é que nada está decidido. A eleição para a prefeitura de São Paulo é pragmática por natureza: o eleitor tende a decidir seu voto com base em questões do cotidiano da cidade, como transporte, saúde e segurança. O cenário ainda está aberto, e qualquer tentativa de cravar um vencedor neste momento não passa de especulação. O eleitor paulistano sabe da importância de seu voto e, até o dia da eleição, muito ainda pode mudar.