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Por Alvaro Leme

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Tecnologia

As 40 profissões mais (e menos) afetadas por IAs, segundo a Microsoft

Trabalhos da indústria criativa ocupam maior parte do ranking, enquanto os que exigem habilidades físicas aparecem entre os menos impactados

Por Alvaro Leme 4 ago 2025, 14h30 • Atualizado em 4 ago 2025, 16h14

Levantamento da Microsoft analisou quanto da rotina de várias profissões pode ser executado por IAs generativas (Malte Mueller/Getty Images)

Flebotomista, embalsamador, telhadista, operador de draga. Se você desempenha uma destas funções, pode respirar aliviado no que diz respeito a uma inteligência artificial tomar seu emprego. Pelo menos segundo uma lista que a Microsoft acaba de divulgar, com as profissões que estão mais (e menos) expostas ao impacto da IA generativa.

Em outras palavras, uma medição que busca responder à pergunta de muitos milhões de dólares que é a cara dos nossos tempos: serei substituído por uma IA?

Embora a pesquisa da Microsoft seja um parâmetro relevante, os autores ressaltam que aparecer no rol das profissões expostas não é sinônimo de extinção. Até porque se refere a IA generativa apenas, então naturalmente tende a incluir atividades intelectuais com mais intensidade.

O levantamento mostra quanto do escopo de atividades de cada profissão pode ser desempenhado por alguma IA. E, cá entre nós, se uma máquina consegue executar boa parte do que antes era confiado a uma pessoa, não parece ser nada muito auspicioso.

Eu poderia repetir aqui a já batida cartilha que diz que “você não será substituído por uma IA, mas por alguém que sabe usar IA”. Mas acredito nisso apenas parcialmente, porque a verdade é que, sim, muitas profissões serão tomadas por uma ou mais das tecnologias em ascensão nos últimos anos. Não quer dizer que isso efetivamente vá acontecer, como comentei no primeiro texto que escrevi aqui na coluna.

Porém, embora não haja razão para desespero, é importante debater como a relação humana com o trabalho vai ser reformulada nas próximas décadas.

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Como a lista foi elaborada

A pesquisa analisou 200 mil conversas anônimas dos usuários do Microsoft Bing Copilot, coletadas ao longo de nove meses nos Estados Unidos. O objetivo foi mapear atividades profissionais realizadas ou assistidas por IA e identificar como essas tarefas se distribuem entre diferentes ocupações.

Para isso, os pesquisadores cruzaram as interações do Copilot com um banco oficial de ocupações chamado O*NET, utilizando algoritmos para classificar e medir a frequência e o sucesso com que as IA exetucam as tarefas. Disso eles tiraram um ranking de aplicabilidade de IA para cada profissão, estimando o quanto do trabalho pode ser realizado pela IA.

Vale destacar que os dados se referem ao mercado norte-americano, então servem como uma referência, mas não chegam a se encaixar totalmente na realidade brasileira.

Quais as carreiras mais expostas?

Os resultados mostram que carreiras de conhecimento e comunicação são as mais expostas à IA generativa. Estão no topo do ranking tradutores, jornalistas, historiadores, redatores, representantes de vendas, editores e professores universitários. Ao ler isto e ver que atuo em duas dessas profissões, veio aquela vontade de procurar uma formação em operador de draga, não vou negar.

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Essas profissões têm em comum a predominância de tarefas de obtenção, elaboração e transmissão de informações, produção de conteúdo e resolução criativa de problemas por meio da linguagem — atividades nas quais a IA generativa demonstra alta competência, seja respondendo perguntas, escrevendo ou explicando conceitos.

E quais as profissões menos afetadas pela IA?

No outro extremo, as ocupações menos suscetíveis à ação da inteligência artificial generativa são aquelas que exigem habilidades físicas. Costumo dizer que, pelo menos por enquanto, atividades que demandam corporalidade estão menos ameaçadas, e nessa parte me senti validado pela pesquisa. (Não que eu seja viciado em ter razão.)

Isso inclui profissões com interação humana direta, de cuidado físico, atividades repetitivas e tarefas manuais especializadas, que exigem presença, toque ou destreza, seguem (até aqui) menos vulneráveis ao avanço da IA generativa baseada em linguagem.

Que profissões podemos mencionar aqui? Técnicos de enfermagem, massoterapeutas, operadores de máquinas, trabalhadores da limpeza e profissionais que desempenham funções manuais ou de cuidado próximo. Daí os flebotomistas, que talvez você não saiba o que é, apesar de provavelmente interagir com um deles ao longo do ano: é a pessoa responsável pela extração de sangue de pacientes.

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A IA, ao menos nos moldes atuais, mostra-se pouco capaz de substituir movimentos físicos, toques, manipulação de objetos ou empatia presencial. Eu incluiria barbeiros nessa lista, aliás, com o perdão da intromissão. De qualquer maneira, deixo abaixo a lista das 40 profissões com maior índice de aplicabilidade da IA e a das 40 com menor aplicabilidade.

As profissões com maior índice de aplicabilidade da IA