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Por Paulo Cezar Caju
O papo reto do craque que joga contra o lugar-comum
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O ‘velho normal’ no futebol carioca

Na retomada do futebol, muitos gols perdidos e estrelas fora de forma. E assim vamos nos iludindo com o “novo normal” - ou “me engana que eu gosto” da bola

Por Paulo Cezar Caju Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 jun 2020, 18h31 - Publicado em 29 jun 2020, 18h26

Tenho ouvido muito a expressão “ novo normal’’ durante essa pandemia, mas não acredito que as partidas de futebol do Campeonato Carioca se enquadrem nesse padrão pós-corona. Se alguém assistiu Resende 2×0 Madureira vai entender o que digo. Caramba, PC, mas escolheu logo essa partida para avaliar, questionarão alguns. Tudo bem, vamos para o meu Botafogo que venceu a Cabofriense por 6×2. Não posso estar feliz quando vejo Cícero sendo eleito o melhor em campo. Fico imaginando a frustração dos olheiros – isso existe, ainda? – destacados  para acompanhar esses dois jogos. Na verdade, eu, com 71 anos, não desperdiço o gol que o Cano perdeu na vitória do Vasco por 3×1 sobre o Macaé. Fez três, mas perdeu um caminhão. Pelo jeito, o campeonato vai seguir no padrão “velho normal”.

Se a diretoria do Botafogo me colocar em um spa e melhorar meu condicionamento físico em dois meses volto aos gramados. Quem me acompanha sabe que sempre fui um defensor do futebol do Ganso, mas ele tem andado em campo. Não é possível um atleta se descuidar tanto da parte física até porque ela influencia na técnica. Sempre adorei treinar, tinha prazer, de verdade! Sem essa força não conseguiria dar um drible da vaca e pegar do outro lado, seria inviável ganhar na corrida dos brutamontes que tentavam me atingir. O Cristiano Ronaldo joga em alto nível até hoje porque é uma máquina de treinar. Para você dar uma bicicleta tem que estar bem preparado fisicamente. Os craques devem treinar mais do que os dobermanns ou serão presas fáceis.

Acho um desrespeito ao clube os jogadores que engordam e andam em campo. O Nenê vem conseguindo manter esse equilíbrio, afinal já está perto dos 40. Romário foi artilheiro do Brasileiro já quarentão porque era um fora de série e sabia usar a energia no momento certo. Na minha época, vários craques fumavam, o ponta Joãozinho, do Cruzeiro, Gerson e Aílton Lira, entre outros. A ponto de Telê Santana avisar, na convocação, que daria prioridade aos não fumantes. Mesmo assim se dobrou ao talento de Sócrates e Éder. O técnico Procópio colocava um cartaz no vestiário avisando que era proibido fumar no local. E mesmo com os pulmões podres aquela geração fez o que fez. Hoje, graças a Deus, o fumo foi praticamente banido do futebol, existem técnicas eficazes de emagrecimento e a tecnologia cria super-homens. Ou seja, não há desculpas para estar fora de forma.

Justamente por isso os raros bons de bola do futebol atual devem se preparar como nunca para esse “novo normal” do futebol. Fred, o rei do marketing, veio de bicicleta, de Minas ao Rio, para provar que estava em ótimas condições físicas, mas não fez nem ‘cosquinha’ na defesa do Volta Redonda, na derrota por 3×0. Muitos irão dizer que estou sendo rigoroso, mas há quantas temporadas Fred vem mal? Será que uma crise como essa valia o investimento? Olha, a verdade é que os jogadores podem se descuidar à vontade porque seus empresários, esses, sim, sempre em plena forma, conseguem vender gato por lebre ou pintar listras em cavalos e transformá-los em zebras. E assim vamos nos iludindo com esse “novo normal”, que para mim não passa de mais uma versão do popular “me engana que eu gosto”.

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