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Vou disputar a presidência da Assembleia, diz Francischini

Deputado estadual mais votado da história do Paraná, Fernando Francischini fala em presidir o Legislativo e apoiar o governador eleito, Ratinho Junior

Por Guilherme Voitch Atualizado em 9 nov 2018, 12h31 - Publicado em 9 nov 2018, 11h26

Deputado estadual mais votado da história do Paraná, com 427.627 votos, Fernando Francischini (PSL) quer fazer valer a votação recorde e a bancada que ajudou a eleger na Assembleia Legislativa do Paraná para chegar à presidência da Casa. Pela primeira vez, Francischini, que atualmente é deputado federal, fala abertamente em concorrer à presidência do Legislativo paranaense em entrevista ao blog VEJA Paraná. 

Aliado do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) no estado, Francischini segue o caminho aberto pela correligionária Janaína Paschoal, que assim como ele, já anunciou a disposição em presidir a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo com o respaldo de uma votação igualmente histórica. “Tenho conversado com alguns deputados e entendo que posso contribuir”, diz ele, que promete manter, caso seja eleito, uma postura “republicana” na relação com os deputados petistas, cujo partido é o principal alvo das suas críticas.

O senhor foi o deputado mais votado do estado? A que atribui essa votação? Ao desejo de mudança do povo paranaense, de combater a corrupção e de fazer uma política voltada para as pessoas e não para políticos e partidos. De mudar tudo que está aí. De fazer uma política justa e honesta. Eu e o Bolsonaro nos elegemos com estas bandeiras. Agradeço aos mais de 427.000 eleitores que confiaram em mim. Minha responsabilidade é ainda maior com o povo de Curitiba e do Paraná.

Por que o senhor não foi candidato ao Senado? O senhor achou que o episódio do 29 de Abril (Francischini era secretário de Segurança na ocasião, quando um confronto entre policiais e professores durante a votação de um pacote de austeridade do governo deixou dezenas de feridos) poderia complicar sua eleição? A situação do 29 de abril já está arquivada em todas as instâncias. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, entendeu que não houve qualquer irregularidade. A Polícia Militar agiu dentro da lei. Infelizmente no meio da multidão estavam pessoas que não eram professores. Eram manifestantes do PT, CUT, MST infiltrados que só queriam o confronto.

O senhor tem baseado seu discurso no combate à corrupção, mas foi secretário de um governador que enfrenta diversas denúncias de corrupção e que, inclusive, chegou a ser preso. Qual sua posição sobre essas denúncias e sobre o ex-governador Beto Richa? É uma pena ver um ex-governador do Paraná sendo investigado por casos de corrupção. Mas ninguém está acima da lei. Toda e qualquer denúncia tem que ser investigada e se ao final ficar comprovado o dolo as pessoas têm que ser responsabilizadas.

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Como o senhor planeja seu futuro político? O senhor chegou a ser cotado para cargos em Brasília, no governo Bolsonaro? Aceitaria? Ou vai permanecer na Assembleia Legislativa? Minha intenção é exercer o cargo de deputado estadual na Assembleia Legislativa, representando mais de 400.000 paranaenses. Quando comecei a caminhar com o Bolsonaro, na época ele tinha 3% de intenção de voto para presidente. Eu jamais falei sobre cargos, ministérios. Carreguei com ele a bandeira da moralização da política, da valorização da família e do combate incessante a corrupção.

O senhor planeja disputar a presidência da Assembleia? Uma vez na presidência como seria sua relação com deputados petistas, frequentes alvos das suas críticas? Sim. Eu vou disputar a presidência da Assembleia Legislativa. Tenho conversado com alguns deputados e acredito que posso contribuir para fortalecer o Parlamento. Com relação aos deputados petistas, o tratamento e o relacionamento será republicano. Discordo diametralmente com a imensa maioria dos posicionamentos petistas, mas a relação com os parlamentares será de respeito.

Pretende disputar a prefeitura de Curitiba daqui a dois anos? Tive mais de 139.000 votos em Curitiba, uma votação importante que me deixou bastante honrado. Penso que Curitiba precisa de oxigênio, de novas ideias, de uma nova gestão. Prova disso foi a eleição do Bolsonaro. É preciso e salutar para a democracia que surjam novas pessoas com uma nova mentalidade de fazer política e de pensar a cidade de Curitiba. Se os curitibanos entenderem que é hora de mudar a prefeitura de Curitiba, com certeza estarei pronto para assumir mais esta missão.

Qual será sua relação com o governo Ratinho Junior? Será de alinhamento. O Bolsonaro apoiou o Ratinho Júnior e no segundo turno, já como governador eleito, ele pediu votos ao Bolsonaro. O PSL montou uma grande e importante bancada na Assembleia que vai contribuir com o governo do Ratinho Júnior para melhorar a vida dos paranaenses.

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