Haddad visita Lula e diz que PT discute ‘quatro alternativas’
Candidato a vice na chapa petista disse que partido estuda opções, mas quer 'foco' na defesa do ex-presidente
Candidato a vice-presidente do PT na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Haddad, visitou o petista na prisão nesta quinta-feira e afirmou que o PT discute “quatro alternativas” à candidatura do ex-presidente. Condenado em segunda instância, Lula está inelegível pela Lei da Ficha Limpa e terá seu registro eleitoral julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“O PT tem muitos líderes. Estávamos agora pouco discutindo quatro alternativas ao Lula, mas não queríamos discutir isso. Queríamos focar no nosso problema maior, que é a defesa intransigente do que consideramos justo no país. E esse posicionamento político é mais importante que qualquer estratégia eleitoral. O quanto fomos solidários a um líder da dimensão do Lula”, disse Haddad, ao responder a uma pergunta sobre a falta de outras lideranças importantes no PT.
O candidato a vice na chapa petista falou com a imprensa na saída da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, onde Lula está preso. Apesar de admitir a análise de opções, Haddad disse que “não pode haver dúvidas que o PT irá até as últimas consequências com Lula”. Segundo ele, “hoje o ex-presidente ganharia as eleições no primeiro turno”.
Também na saída da PF, a presidente do PT, a senadora paranaense Gleisi Hoffmann, disse não acreditar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgue nesta sexta-feira a aparição de Lula na propaganda eleitoral do PT. “O processo do presidente Lula não está pronto pra ir a julgamento. Quero crer que teremos respeitados os prazos pelo TSE. O presidente Lula vai aparecer no programa eleitoral no sábado”, afirmou.
No início da noite, Haddad, Gleisi e militantes petistas participaram de um ato de campanha, uma caminhada pelo centro de Curitiba.
Visitas internacionais
Lula também recebeu nesta quinta as visitas do político alemão Martin Schulz. Ele foi presidente do Parlamento Europeu entre 2012 e 2017, quando assumiu a presidência do Partido Social-Democrata (SPD) e disputou o cargo de primeiro-ministro. Schulz obteve 20,5% dos votos, mas renunciou ao comando da legenda em fevereiro depois do acordo para que o partido integrasse o governo da chanceler Angela Merkel. O político alemão disse que transmitiu a Lula votos de solidariedade de sociais-democratas e socialistas europeus. “O processo contra Lula levanta uma série de dúvidas e questões no mundo inteiro”, afirmou.
O sociólogo português Boaventura de Souza Santos também visitou o petista. Ele disse que encontrou “um homem inspirado e pensando no seu país”. As visitas dão corpo a estratégia petista de “internacionalizar”a questão de Lula, mostrando que o ex-presidente recebe solidariedade de políticos e lideranças de outros países.