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O Som e a Fúria

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‘Garota de Ipanema’: os 60 anos da canção que fez mundo amar o Brasil

A composição de Tom Jobim e Vinicius de Moraes foi apresentada pela primeira vez no dia 2 de agosto de 1962 em uma boate de Copacabana

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 ago 2022, 10h15 - Publicado em 2 ago 2022, 08h00

Nenhuma música brasileira fez tanto sucesso no exterior quanto Garota de Ipanema. Nesta terça-feira, 2, a canção completa sessenta anos desde que foi apresentada pela primeira vez por Vinicius de Moras, Tom Jobim, João Gilberto e Os Cariocas, na inauguração da boate Au Bon Gourmet, em Copacabana. De lá para cá, inúmeros artistas e compositores tentaram repetir o feito, mas nenhum deles chegou perto. Coincidentemente, em 2021, Garota de Ipanema mostrou que sua força segue intacta, ao tirar o posto de Aquarela do Brasil como canção com mais gravações no Ecad. A composição de Tom e Vinicius acumula 423 gravações oficiais, enquanto o samba de Ary Barroso, que liderava o ranking até 2020, tem 416 gravações, seguido pelo choro Carinhoso, de Pixinguinha, com 414.

Recentemente, até Anitta – que tenta se firmar no concorridíssimo mercado americano – pegou carona ao lançar uma releitura meio tacanha da música, intitulada Girl From Rio. Mas Garota de Ipanema, em seus acordes originais, tem uma magia que é só dela. E essa magia começou a se materializar em março de 1963, quando a faixa foi lançada oficialmente. Três meses depois, os músicos da Bossa Nova desembarcariam em Nova York para uma histórica apresentação no Carnegie Hall. A consolidação da música em terras estrangeiras só viria mesmo com o clássico álbum Getz/Gilberto, em março de 1964, no qual Tom Jobim, João Gilberto e Astrud Gilberto se juntariam ao saxofonista americano Stan Getz para gravar a faixa em inglês, imortalizando-a como hit universal.

Há quem diga (embora ninguém tenha conseguido comprovar) que Garota de Ipanema só perde em gravações internacionais para Yesterday, dos Beatles. O fato é que astros do calibre de Frank Sinatra a Plácido Domingo já a regravaram, além de Amy Winehouse, Cher e Madonna. A história do surgimento da canção já é conhecidíssima. Nos anos 1960, a jovem Heloísa Eneida Menezes Paes Pinto (hoje Helô Pinheiro), à época com 17 anos, passava diariamente no bar Veloso, em Ipanema, para comprar cigarros para sua mãe. Tom Jobim e Vinicius de Moraes batiam ponto no local. Em 1962, eles viram a “moça do corpo dourado do sol de Ipanema” passar e veio o estalo para compor a música. Helô ficou tão famosa quanto a canção e, em mais um desses lances folclóricos, já chegou a afirmar que foi convidada pela rainha Elizabeth II para ir a uma cerimônia no palácio de Buckingham, mas recusou porque tinha uma festa de aniversário da família do marido no mesmo dia.

A única certeza é que Garota de Ipanema se transformou no principal cartão de visitas musical do Brasil, reconhecida em qualquer lugar do mundo. Em seus 60 anos, seu corpo dourado continua mais sedutor do que nunca.

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