Como uma prisão arbitrária destruiu a carreira de uma grande banda de rock
Em uma nova biografia, o guitarrista do The Doors, Robby Krieger, desmente a história da prisão de Jim Morrison por gestos obscenos no palco
Um dos episódios mais conhecidos e infames da biografia da banda The Doors nunca aconteceu segundo o guitarrista Robby Krieger. Na reveladora biografia Set the Night on Fire: Living, Dying, and Playing Guitar With the Doors, que ele acaba de lançar no exterior, Krieger afirma que o show em Miami, em 1969, onde supostamente Jim Morrison teria aberto o zíper da calça, simulado uma masturbação e, em seguida, caminhado até o guitarrista para se ajoelhar e executar movimentos interpretados como sexuais, jamais teria acontecido.
Por causa desse show, 15 show do The Doors foram cancelados, o cachê dos próximos shows caiu vertiginosamente e muitas de suas canções foram banidas das rádios americanas. Além disso, Morrison foi condenado a seis meses de prisão mas escapou com o pagamento de uma fiança de 50.000 dólares.
No livro, Krieger fala ainda sobre seu vício tardio em heroína, comenta as brigas na justiça com os outros três integrantes remanescentes após a morte de Morrison em 1971. Em entrevista ao jornal El País, ele conta que no começo da banda, tudo era maravilhoso. “Experimentamos LSD e não houve problemas. Mas, então, Jim começou a beber e entramos em um ambiente maluco”, diz. “Se ele estava sóbrio, era a pessoa mais legal do mundo. O problema era quando bebia. E bebia muito. Foi o cara mais maluco que conheci”.
Sobre o infame momento da prisão de Morrison, Krieger disse ao El País que o julgamento acompanhou a banda durante toda a carreira. “Pela primeira vez Jim sofreu as consequências de suas ações. E, ainda por cima, foi a única vez que as consequências foram totalmente injustas”, garante.