Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

O Som e a Fúria Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Felipe Branco Cruz
Pop, rock, jazz, black music ou MPB: tudo o que for notícia no mundo da música está na mira deste blog, para o bem ou para o mal
Continua após publicidade

Black Pantera: os metaleiros politizados que devem incendiar o Rock in Rio

Banda de rock de Uberaba é conhecida por suas canções antirracistas e também está escalada para o festival Primavera Sound, em São Paulo

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 ago 2023, 11h04 - Publicado em 31 ago 2022, 15h14

Pela primeira vez na história do Rock in Rio, o festival acontecerá durante o período eleitoral e os organizadores proibiram a presença de candidatos nos palcos do evento. Manifestações políticas por parte dos artistas, no entanto, não estão proibidas e a banda Black Pantera, uma das primeiras atrações a se apresentar no festival, nesta sexta-feira, 2, no Palco Sunset, tem em sua raiz a contestação política e a luta contra a discriminação racial. A apresentação contará também com a participação da banda de punk Devotos, formada em 1988, em Recife. Quer dizer: os políticos até ficarão de fora do evento, mas a crítica política e as músicas de protesto, certamente não.

Formada em 2014 em Uberaba, no Triângulo Mineiro, pelos irmãos Charles Gama (guitarra e voz) e Chaene da Gama (baixo) e pelo amigo Rodrigo Pancho (bateria), a banda ganhou notoriedade nacional em março deste ano por seu terceiro álbum, Ascensão. O sucesso veio, principalmente, pelas letras contundentes, como Padrão é o Caralho, em que eles cantam: “Jesus não era branco / Não era ariano / A vida começou no continente africano”. Os petardos continuam em outras faixas, como Fogo nos Racistas e Capítulo Negro. “Nós somos uma banda política já no nome. O rock nasceu preto nos Estados Unidos. Lutamos contra o racismo e qualquer tipo de preconceito. A política do Brasil de hoje não nos representa”, disse Charles a VEJA. A capa do disco é um detalhe à parte. Inspirada na capa do livro Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior, ela traz uma foto feita por Victor Balde, na província de Meconta, em Moçambique, que mostra duas mulheres que sofreram violência se reerguendo e empunhando facões.

Capa do álbum 'Ascensão', do Black Pantera
Capa do álbum ‘Ascensão’, do Black Pantera (//Divulgação)

As influências do grupo passam pelo thrash metal, grunge, punk, hardcore e heavy metal. O resultado é um som pesado e raivoso. As letras são todas em português – uma exceção no segmento do heavy metal, no qual pipocam grupos que preferem cantar apenas em inglês. “Queremos que nossas letras sejam compreendidas pelos brasileiros”, diz Chaene. Ainda pouco conhecida entre os brasileiros, a banda já acumula grandes apresentações na Europa, como no festival Afropunk, em Paris, e também nos Estados Unidos. No Brasil, após o Rock in Rio, o grupo já está escalado também para se apresentar no Primavera Sound, em São Paulo, em 3 de novembro.

Continua após a publicidade

O trio, que já sofreu inúmeros casos de racismo, faz questão de frisar que o rock and roll “nasceu preto”. “Dia desses fomos tocar em um festival de heavy metal aqui no Brasil e, quando estávamos entrando no lugar, alguém falou para a gente: ‘Vai ter pagode hoje?'”, diz Pancho. “Quer dizer, na cabeça daquele cara, só porque éramos pretos, iríamos tocar pagode”, completa. O insidioso racismo, como se vê, está presente em todos os lugares.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.