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Por Coluna
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Respeito e misericórdia (por Mirian Guaraciaba)

O canto de Bethania aliviou a angústia que povoa nossos dias

Por Mirian Guaraciaba
16 fev 2021, 11h00

Que maravilha ouvir Maria Bethania nesse insólito sábado de Carnaval. Ela resistiu quanto pôde. Cantar em live não é para mim, dizia ela. Cedeu, cantou, aconchegou o Brasil sufocado pela fome, desgoverno, desemprego, desprezo pela morte e pela ciência.

A generosidade de Bethania brindou o estranho Carnaval de 2021 com performance primorosa. Cantou sucessos, musicas novas, declamou poesias que decora com extremo rigor e elegância, e protestou.

“Eu quero vacina, respeito, verdade e misericórdia”, assim abriu o show visto por milhões de brasileiros que ainda acreditam que um dia, não distante, estaremos livres desse governo infame, desse presidente vil. Inqualificável.

“Brasil amado, não porque seja minha Pátria. Pátria é a casa de migrações do pão nosso onde Deus der. Brasil que eu amo porque é o ritmo do meu braço afetuoso, o gosto dos meus descansos, o balanço das minhas cantigas, amores, danças. Brasil que eu sou”.

O Brasil precisava de Bethania. Ouvi-la fez bem ao espirito, exaurido pelo medo da pandemia, que cresce, enquanto a vacinação caminha sem rumo. Vê-la fez bem ao corpo cansado do isolamento, da quarentena, abatido por tanta saudade.

Maria Bethania quase nos obriga a mudar de assunto. Quase nos faz esquecer que Bolsonaro é um ser ignóbil, desprezível, responsável direto pela morte de milhares de brasileiros.

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Por pouco não prestamos atenção ao golpe desferido pelo General Eduardo Villas Boas, em 2018, durante julgamento de habeas corpus de Lula. Villas Boas antecipou a campanha presidencial, favoreceu Bolsonaro. Um tuite devidamente combinado com a cúpula do Exército.

O canto de Bethania aliviou a angústia que povoa nossos dias. Mas a realidade é cruel: faltam vacinas e sobram armas no Brasil de Bolsonaro. Em pleno fim-de-semana desse exótico Carnaval, o Capitão assinou decreto ampliando o número de armas permitidas para o cidadão comum.

Seis armas. E um fuzil.

Medo.

De homens armados, de Bolsonaro, de sua turma sem escrúpulos, das milícias que se multiplicam.

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Esperança.

“Obrigada a todos que confiam no meu canto”, agradeceu ela.

Obrigada pelo seu canto, Abelha Rainha, Tigresa, Menina de Oyá.

Salve, Bethania.

 

Mirian Guaraciaba é jornalista

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