Em um mesmo dia, quando Minas Gerais teve um governador denunciado por corrupção pela quarta vez consecutiva, e um ex-governador à espera da polícia para prendê-lo?
A desqualificação da política brasileira é ampla, geral, irrestrita, e vem de muito tempo. Atinge todos os Estados. Mas logo em Minas, por uma série de circunstâncias, ela ganhou destaque.
Fernando Pimentel (PT), o governador, é acusado de usar caixa 2 para se eleger, de receber propina de empresas em troca de favores e de omissão de contas à Justiça. Responde a processo de impeachment.
Renato Azeredo (PSDB) foi condenado a 20 anos e um mês de prisão por peculato e lavagem de dinheiro no caso que ficou conhecido como “o mensalão dos tucanos”. Dormiu, ontem, sua última noite em casa.
Afastado do mandato de senador, posto em prisão domiciliar, solto depois, Aécio Neves (PSDB), que governou Minas duas vezes e quase se elegeu presidente, é acusado de corrupção e está fora da política.
Minas de Juscelino Kubistchek, Tancredo Neves e outros tantos não há mais. É uma fotografia pendurada na parede e esmaecida pelo tempo.