A lição é velha, tem mais de 70 anos, e foi ensinada pelos sábios do Partido Social Democrático (1945-1965) criado durante a ditadura do Estado Novo e sob a inspiração do então presidente Getúlio Vargas: não se faz uma reunião sem antes acertar seus resultados.
Por jovem e com poucos anos de política, o governador João Doria ignorou a lição e colheu sua mais importante derrota até agora desde que passou a mandar no PSDB, despachando para o exílio os históricos líderes do partido.
Com seu aval, as seções municipal e estadual do PSDB de São Paulo patrocinaram os pedidos de expulsão do partido do deputado Aécio Neves (MG), ex-candidato a presidente da República em 2014, acusado de corrupção e obstrução de Justiça.
Por 30 votos contra 4, a Executiva do PSDB recusou os pedidos. Bruno Araújo (PE), presidente do partido por obra e graça de Doria, explicou que o Código de Ética do PSDB só prevê expulsão em casos de corrupção cuja sentença tenha transitado em julgado.
Aécio sequer foi condenado ainda na primeira instância da justiça. Pelo visto, Doria desconhecia o Código de Ética do partido que imagina controlar. Se não desconhecia, apostou que ele não seria levado em conta. Perdeu, e feio.