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Democracia ganha uma nova chance na Bolívia

Candidato de Evo Morales deverá sucedê-lo

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 19 out 2020, 08h53 - Publicado em 19 out 2020, 08h00

Na madrugada de hoje, jornais bolivianos das mais variadas tendências políticas concordavam em cravar a vitória de Luis Arce, apoiado pelo ex-presidente Evo Morales, na eleição presidencial boliviana realizada ontem, embora só deva terminar amanhã a apuração oficial dos pouco mais de 2,7 milhões de votos.

Havia dois bons motivos para isso. Pesquisa de boca de urna conferiu 52% dos votos para o Movimento pelo Socialismo, de Morales e Arce, contra 31% para o Comunidade Cidadana, do ex-presidente conservador Carlos Mesa. No Twitter, a atual presidente da Bolívia, Jeanine Añez Chavez, parabenizou Arce.

Segundo a pesquisa, Arce venceu em 5 dos 9 departamentos do país (La Paz, Cochabamba, Potosí, Oruro e Pando), Mesa em 3 e Luis Camacho em 1. “Vamos fazer um governo de união nacional”, antecipou Arce. “Governaremos para todos”. Morales, asilado na Argentina desde que deixou o poder, comemorou.

Arce foi o Paulo Guedes de Morales que havia sido eleito em outubro do ano passado para governar a Bolívia pela quarta vez consecutiva. Mas a Organização dos Estados Americanos (OEA) disse que a eleição fora fraudada, a oposição não aceitou o resultado e a violência explodiu nas ruas.

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Os militares pressionaram Morales para que renunciasse. E no início de novembro foi o que ele fez. Embarcou para o México e, de lá, para a Argentina. Em junho deste ano, um estudo independente de professores universitários americanos concluiu que houve falhas na apresentação dos resultados pela OEA.

Em 1954, no Brasil, sob a pressão dos militares que cobravam sua renúncia, o presidente Getúlio Vargas matou-se com um tiro no coração. Dez anos depois, o presidente João Goulart preferiu exilar-se no Uruguai a combater tropas mineiras do Exército que marchavam sobre o Rio para derrubá-lo.

Em 11 de setembro de 1973, Salvador Allende, o socialista presidente do Chile, resistiu de arma na mão ao bombardeio do Palácio de La Moneda., onde despachava. Matou-se com um tiro, segundo sua filha. O golpe foi comandado pelo general Augusto Pinochet que era seu ministro do Exército.

Morales se disse vítima de um golpe. Seus adversários disseram que golpe não houve, mas renúncia, sim. Essa história será mais bem contada no futuro. O que importa é que a democracia ganhou mais uma chance de ser reconstruída na Bolívia. Que os bolivianos saibam aproveitá-la.

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