
O rompimento no ano passado da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, matou 253 pessoas.
A morte inaugural do coronavírus ocorreu no último dia 17. Em um mês, o número de mortos equivale a quase 7 Brumadinhos.
Morreram nas últimas 24 horas 204 pessoas. É possível que hoje morram mais de 240. Em breve, talvez 1 Brumadinho por dia.
O pico da pandemia é esperado em maio e junho. Em seguida haverá uma baixa no número de mortos e de contaminados.
Teme-se mais uma ou duas ondas. O Ministério da Saúde calcula que em setembro o país ainda estará enterrando seus mortos.
Haveria momento mais contraindicado para mudar a linha de frente do combate ao coronavírus? Quem ganhará com isso?
Quanto tempo levarão o novo ministro e sua equipe para dominar a máquina do ministério e se familiarizar com a situação?
Espera-se do sucessor do ministro Mandetta que trabalhe afinado com o presidente da República e siga sua orientação.
Se não for assim, por que trocar de ministro? Não faria sentido. À vida de pessoas, o presidente opõe a salvação da Economia.
É uma falsa dicotomia porque a Economia tão cedo sairá do atoleiro causado pelo vírus. Nem aqui nem em parte alguma.
Bolsonaro sabe disso. Mas como só pensa e age de olho na reeleição, quer atender ao que pedem seus devotos.
Só perde apoio desde que se propôs a tratar a pandemia como se fosse uma gripezinha. Imagina que se recuperará mais adiante.
É a aposta mais arriscada que já fez na vida. Que nenhum outro chefe de Estado está fazendo. E que poderá lhe custar o mandato.