PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Às vésperas dos 100 mil mortos pelo Covid-19, a cada um a sua culpa

População ligou o modo “E daí?”

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 3 ago 2020, 08h49 - Publicado em 3 ago 2020, 08h00

O que se viu, ontem, no Leblon foi a perfeita adequação dos figurantes à lembrança de quem deu nome ao cenário. Batizada de Delfim Moreira em homenagem ao único louco que se tornou presidente da República do Brasil, a avenida, fechada ao trânsito, foi ocupada por uma multidão de descuidados com a própria saúde que desfilaram indiferentes ao risco da morte pelo coronavírus.

Este país já teve uma Rainha Louca, Maria I, Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.  E presidentes considerados loucos por seus desafetos. Mas Delfim Moreira, que governou entre 1918 e 1919, foi o único até agora a ser clinicamente considerado louco. Vice-presidente, sucedeu Rodrigo Alves, uma das 35 mil vítimas mortais da gripe Espanhola por aqui.

ASSINE VEJA

Os 10 fazendeiros que mais desmatam a Amazônia
Os 10 fazendeiros que mais desmatam a Amazônia Leia em VEJA: Levantamento exclusivo revela os campeões da destruição. Mais: as mudanças do cotidiano na vida pós-pandemia ()
Clique e Assine

Delfim Moreira era um louco manso. Jamais ousou fazer a apologia de qualquer remédio contra a gripe que matou entre 17 milhões a 50 milhões de pessoas no mundo. Às vezes colocava seu fraque e suas condecorações para ir a uma solenidade que não havia. Certa vez, conta a lenda, foi visitado por Ruy Barbosa, mas ficou olhando atrás da porta, abrindo-a e fechando.

O Covid-19 já infectou pouco mais de 2.733.000 pessoas no Brasil. Cinco meses após o primeiro caso de infectado, a presença do vírus foi detectada em 98% do total de municípios, segundo o Ministério da Saúde. Ou seja: em 5.442 cidades. Apenas 128 ainda estavam a salvo do vírus até o último fim de semana. Nesta, está prevista a ultrapassagem da marca dos 100 mil mortos. Uma tragédia.

Continua após a publicidade

O que se viu na Avenida Delfim Moreira e nas areias interditadas da praia do Leblon não foi diferente do que se vê no resto do país, o único do mundo onde, há 5 meses, morrem mais de mil pessoas por dia, segundo Tânia Vergara, presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio. A maioria dos brasileiros passou ao modo “E daí?” e decretou na prática o fim da pandemia.

E, no entanto, os números mostram que ela avança pelo interior do país, embora não tenha abandonado os grandes centros urbanos, nem mesmo a cidade do Rio, onde há sinais de que uma segunda onda poderá se abater. No Distrito Federal, o vírus está em alta. Em comum, a maioria das cidades ainda sem registros da doença têm menos de 10 mil habitantes. E carece de hospitais e de UTIs.

No futuro, quando se fizer o balanço final dos erros cometidos no combate ao Covid-19 e se procurar os culpados, eles não estarão apenas no topo das autoridades públicas que se omitiram ou que cederam a pressões para relaxar antes do tempo as medidas de isolamento social e salvar a economia. Parte gigantesca da coletividade também terá sua parcela de responsabilidade.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.