Estivesse tudo normal por aqui e o jantar promovido ontem à noite pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, em torno do vice-presidente Hamilton Mourão não teria chamado tanta atenção como chamou.
E talvez não tivesse atraído parte considerável do PIB brasileiro como atraiu. Foi um jantar de alguns trilhões de reais. Os que compareceram com toda certeza não faltariam ao jantar se a grande atração dele fosse o presidente Jair Bolsonaro.
Mas aí seria Bolsonaro que não ficaria tão à vontade como Mourão ficou. A um jantar desses ele só iria acompanhado pelo ministro Paulo Guedes, da Economia e de tudo mais. Faria uma breve saudação aos comensais e passaria a palavra a Guedes.
Direto ao ponto: o interesse do PIB por Mourão deriva do que em linguagem militar se chama de “dispositivo de expectativa”. O PIB não julga Mourão por sua afabilidade ou o seu bom senso, mas pela expectativa de poder que ele representa e faz questão de representar.
Nada mais pragmático do que dono de dinheiro. Se o capitão não der conta do recado, que venha o general.