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Negócios, Mercados & Cia

Haddad na Fazenda: o que a Faria Lima espera dos primeiros cem dias em 23

Reformas administrativa e tributária, planos para os bancos públicos, política de preços da Petrobras são medidas aguardadas pelo mercado financeiro

Por Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 dez 2022, 09h08 - Publicado em 6 dez 2022, 09h00

Quais ações ou medidas que o ministro da Fazenda no governo Lula – e o ex-prefeito Fernando Haddad é a aposta mais forte até o momento – deverá adotar nos primeiros cem dias à frente da pasta? A coluna ouviu banqueiros e sócios de gestoras de ativos, um mercado que aglutina 830 instituições financeiras e assets, com patrimônio líquido total em torno de R$ 7 trilhões.

Além da definição de uma nova política fiscal e a iniciativa de colocar em marcha as reformas administrativa e tributária, banqueiros esperam que Haddad, uma vez confirmado e empossado no cargo, seja capaz de conduzir também um plano para os bancos públicos e para Petrobras e que mantenha o foco em novas concessões.

Pela ordem, no caso dos bancos públicos, banqueiros temem que se mexa em demasia no foco e tamanho do BNDES e da Caixa Econômica Federal. “Não podem ser usados para fechar as contas do governo, por exemplo”, afirma um banqueiro.

Sobre a Petrobras, a preocupação do mercado financeiro é se o governo Lula irá interferir nos preços da gasolina e do diesel e até que ponto deixará a estatal seguir o seu caminho sem interferência política. Ninguém quer voltar aos tempos do governo de Dilma Rousseff, cuja política de preço custou R$ 100 bilhões – mais do que toda a Lava Jato.

As concessões governamentais que serão definidas pela pasta da Fazenda é outro ponto nevrálgico e de muita atenção do mercado financeiro. Há a preocupação de como a equipe econômica irá definir o pipeline de leilões – se vai se manter o “modelo do Tarcísio de Freitas” (ex-ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro e atual governador eleito de São Paulo) ou se o governo Lula irá voltar ao modelo considerado “falido” de Dilma. Ou seja, “sem participação da Infraero, sem BNDES para fechar a conta”, afirma outro banqueiro. “Ou seja, dar condições de mercado, com foco na qualidade do serviço, não na outorga, preço ou sociedade com governo”, completa. Sem essas ações nos primeiros cem dias, o mercado financeiro é taxativo: “Começaremos mal o ano de 23”.

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