Quais seriam os pontos fortes e os pontos de melhoria do agro?
Os principais aspectos para investir esforços e para serem solucionados visando desenvolvimento
O objetivo deste artigo é apresentar uma lista resumo dos pontos fortes do agro e dos pontos de melhoria, para que possamos aproveitar mais das forças e ter projetos estratégicos para diminuir as fraquezas, ou pontos de melhoria.
Entre os pontos fortes, destacam-se de forma executiva e resumida:
• Força da pesquisa e desenvolvimento, com tradição dos cientistas brasileiros e suas instituições;
• Escala de dimensão do agro brasileiro com elevadas participações no mercado internacional;
• Tradição em muitas cadeias produtivas;
• Presença forte do cooperativismo;
• Força da representação política, principalmente no legislativo e suporte dado pelo setor via instituto pensar agro e outras organizações setoriais;
• Grande volume de áreas disponíveis em pastagens, tanto para trazer para a produção de grãos como para recomposição de florestas;
• Atual desvalorização da moeda confere força exportadora;
• Indicadores ambientais da produção brasileira, como a presença do código florestal, % de energias renováveis na matriz; % de uso de biocombustíveis; baixas emissões de carbono do brasil (menos que 2% da emissão mundial) e baixíssima emissão per-capita; entre outras.
• Algumas associações do setor com trabalhos e gestão excelentes;
• Índices de mecanização;
• Presença do jovem, juventude gerando start-ups e elevado índice de empreendedorismo;
• Idade média dos produtores no brasil;
• Presença e possibilidade de segunda e terceira safras na mesma área e no mesmo ano;
• Parte dos solos no país;
• Clima e presença/distribuição de chuvas em muitas áreas;
• Diversificação dos produtos da pauta (de fumo a celulose, de frango a frutas…);
• Alguns modais de transporte e os portos no arco norte;
• Investimentos privados na pesquisa;
• Presença grande dos biológicos, agricultura circular e regenerativa; a Inovações em produtos, marcas, embalagens e formas de marketing;
• Outros.
Entre os pontos de melhoria, ou de vulnerabilidade, quando comparados com concorrentes, destacam-se de forma executiva e resumida:
• Conectividade no campo;
• Logística ainda fortemente rodoviária;
• Profissionalização de um grande número de produtores;
• Imagem internacional;
• Pouco uso de mercados futuros e outras formas de proteção;
• Insipiência do seguro rural;
• Pouca cooperação entre cooperativas nas atividades em que se poderia ter trabalho conjunto, tais como esforços de logística e comercialização internacional;
• Volume e custo do crédito;
• Impacto da elevada taxa de juros no grande endividamento do setor;
• Gestão financeira em muitos produtores e empresas;
• Pouco volume de patentes conquistadas;
• Associação com o desmatamento ilegal e ainda titulação de terras;
• Lentidão dos órgãos nas questões regulatórias, como emissão de cadastro ambiental rural, programas de regularização, outorgas de uso da água e outros;
• Grave problema de segurança e criminalidade, assalto às fazendas, roubo de cargas;
• Custo e produtividade da mão de obra;
• Elevado custo da energia e combustíveis;
• Elevados custos do arrendamento;
• Associativismo em algumas cadeias produtivas e elevados conflitos entre os agentes;
• Elevados desperdícios em muitas atividades;
• Problema da comunicação insuficiente e imagem;
• Problema grave e que se agrava mais ainda a cada ano da armazenagem da safra;
• Outros.
Estas duas listas não são exaustivas, ainda existem muitos pontos fortes e pontos de vulnerabilidades (fraquezas) que precisam ser resolvidos, mas servem para iluminar ações para potencializar o uso dos aspectos fortes e principalmente, trabalhar para resolver as vulnerabilidades que drenam competitividade do setor.
Marcos Fava Neves é professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP) da FGV (São Paulo – SP) e fundador da Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto – SP). É especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio. Confira textos e outros materiais em harvenschool.com e veja os vídeos no Youtube (Marcos Fava Neves). Agradecimentos a Vinícius Cambaúva.