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Por Vilma Gryzinski
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Por que tantos americanos amam odiar o outra vez campeão Tom Brady

Tendo atingido o nível sobre-humano, o jogador de futebol americano que conquistou o coração de Gisele Bündchen não seduz boa parte da torcida

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 12 fev 2021, 18h25 - Publicado em 9 fev 2021, 08h03

Tom Brady ganha a vida lançando bolas – e faz  algo tão aparentemente simples de uma maneira tão excepcionalmente perfeita que já está na categoria GOAT, o maior de todos os tempos. 

Ganhar o sétimo campeonato aos 43 anos, jogando por um time nada brilhante, o Buccaneers, o consolidou num espaço muito rarefeito, onde os gigantes nem precisam usar o nome completo. Basta dizer Ali, Jordan, Tiger, Bolt ou Messi e todo mundo entende de quem se trata.

Tom Brady e a família

 

Brady já conquistou tudo o que era possível – muitos diriam impossível – conquistar, incluindo uma família com Gisele Bündchen, menos a simpatia unânime do público.

Ao contrário, ele enfrenta sempre muitas ondas de antipatia. E isso muito antes de Donald Trump irromper na arena política como uma blitz e Brady publicar a foto do boné vermelho no seu armário, com o Make America Great Again que é capaz de despertar os sentimentos mais primitivos entre os antitrumpistas.

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Para um público que sempre perdoa os semideuses do esporte que batem o carro, quebram as próprias caras com mulheres erradas e substâncias mais ainda, sonegam impostos, envolvem-se em brigas de bar e acabam num BO, Tom Brady é certinho demais.

Prodigioso no esporte, bonito, casado com uma mulher que ganha mais ainda do que ele, humilde, simples. E ainda por cima com furinho no queixo.

E, mais ainda por cima, branco demais, uma espécie de bastião da branquitude num ambiente onde estrelas negras dominam as posições mais celebradas.

Por excesso de ingenuidade ou de autoconfiança, Brady também propala as virtudes do estilo de vida monacal e da dieta sem nenhum prazer a que se dedica inteiramente.

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Acorda às 5:30 e vai dormir às 20:30. Toma seis litros de água eletrolítica por dia. Entre os intervalos para eliminá-la do organismo, faz pequenas refeições com a proporção de 80% de origem vegetal e 20% de origem animal. 

Não come tomate, pimentão, cogumelos ou beringela – são considerados alimentos inflamatórios. Café, açúcar ou farinhas refinadas, evidentemente nem pensar.

Treinamento do Tom Brady

Seu personal e sócio Alex Guerrero desenvolveu um programa único de treinamentos que começam com uma “massagem profunda” que prepara vinte grupos musculares para os exercícios e terminam com outra sessão, para “empurrar” o ácido lático. Não usa pesos e trabalha intensamente a flexibilidade.

Por isso, não tem o corpo “rasgado” de Cristiano Ronaldo, talvez o único superatleta que se compare a Tom Brady na obsessão pela perfeição que desafia a idade – o futebolista está com 36.

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“Se Cristiano Ronaldo o convidar para jantar, diga não”, brincou certa vez Patrick Evra. O jogador francês contou que, depois de um treino, cansado, foi jantar na casa do colega de Manchester United e só tinha peito de frango, salada e água. 

Depois da parca refeição, Cristiano Ronaldo o convidou para malhar.

Alimentação do Tom Brady

“Minha dieta nutricional pode parecer restritiva, mas para mim não natural é comer de outra maneira”, disse Brady, que obviamente assinou um livro a respeito, o TB 12 Method.

“Muitas pessoas condicionaram seus corpos a um regime nutritivo repleto de alimentos brancos ou pálidos – batatas fritas, chips, pão branco, nuggets de frango – que não existem na natureza”.

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Como isso é exatamente o que come o americano médio, Tom Brady não parece muito simpático ao condenar sua alimentação nada saudável.

O sonho de muitos jornalistas esportivos é fazer uma pegadinha que enrole o quarterback e o comprometa pela antiga amizade com Trump – tanta que o ex-presidente planejou em algum momento que se casasse com a filha Ivanka.

Brady dança como um Mohammed Ali com os entrevistadores que tentam forçá-lo a falar sobre Trump ou sobre o “privilégio branco”, a expressão da moda.

Na ocasião em que mais falou a respeito, preferiu “ficar fora desse debate” e lembrou de uma amizade iniciada em 2002, quando foi jurado do concurso Miss América, pertencente a Trump.

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“Apoio todos os meus amigos em tudo o que fazem. É excepcional o que ele conseguiu na sua vida. Passou dos negócios, como um incrível empreendedor, a estrela de TV, e daí para a política. Seguiu três carreiras diferentes. Isso é bem excepcional”.

Hoje, evidentemente, Tom Brady não falaria assim. Também não visitou a Casa Branca quando os Patriots foram convidados a comemorar o campeonato por Trump. Alegou outros compromissos.

Ganhar sete Super Bowls deveria ser a melhor vingança. Provavelmente, é. A cada campeonato ganho, Tom Brady coloca mais um anelão no dedo, o prêmio simbólico dos campeões. Tirando os polegares, só falta um dedo para ele encher as duas mãos.

Os amantes dos esportes, ou dos grandes feitos em geral, não podem deixar de aplaudir uma atuação prodigiosa, contra jogadores que, tecnicamente, teriam idade para ser seus filhos. 

Mesmo quando não gostam do ator.

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