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O Putinzinho de Putin: ele fala em público o que outros dizem em privado

O ex-presidente Medvedev, que esquentou lugar para o chefe, faz declarações tóxicas contra a Ucrânia, revelando o que a cúpula realmente acha

Por Vilma Gryzinski 16 jun 2022, 07h35

As coisas que Dimitri Medvedev sibila no Telegram são simplesmente inacreditáveis. A mais recente: “E quem pode dizer que a Ucrânia ainda vai existir daqui a dois anos?”.

Referia-se a uma notícia segundo a qual a Ucrânia negociava com os Estados Unidos um empréstimo para a compra de gás liquefeito, a ser pago dentro de dois anos.

Medvedev, que já foi chamado de Robin de Putin quando alternava com ele a posição de presidente e primeiro-ministro,  mas acabou rebaixado desde então, também já escreveu que odeia os ucranianos e gostaria que eles desaparecessem. Sim, ele queria sumir com 40 milhões de pessoas.

Na linha de ameaças brutais geralmente feitas por apresentadores de televisão, que normalizaram as referências à aniquilação nuclear, Medvedev apelou: “Os cavaleiros do Apocalipse estão a caminho” e os países da aliança ocidental se arriscam a um “ataque total” por apoiarem a defesa da Ucrânia contra o invasor russo.

Medvedev pode estar se posicionando para uma eventual sucessão do chefe – a boataria sobre Parkinson e câncer corre cada vez mais forte -, apelando à linha dura, embora suas chances sejam consideradas próximas de zero.

Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança e um sucessor teoricamente mais viável, também tem soltado as feras.

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Medvedev, retirado por Putin do cargo de primeiro-ministro em 2020, é o vice do Conselho. Ou o sub do sub.

Mas ele tem uma ligação antiga com o chefe: os dois começaram a carreira política em São Petersburgo, quando o líder local era Anatoli Sobchak.

Ocupar uma posição subalterna, até humilhante, tem suas compensações. Alexei Navalni, o indômito opositor agora colocado em uma prisão mais dura ainda, divulgou uma investigação em 2017 mostrando mansões e iates ligados a Medvedev. A fortuna dele foi avaliada em 1,2 bilhão de dólares.

Diz uma piada, de quando ele era presidente, que vazou nas comunicações diplomáticas americanas: “Medvedev entra num carro novo e fica impressionado com o aparato tecnológico, mas nota que está sem volante. Vira-se para Putin e pergunta: ‘Vladimir Vladimirovich, onde está o volante?’. Putin saca um controle remoto do bolso e responde: ‘Sou eu quem vai dirigir”.

Qualquer esperança de que ele fosse a cara mais moderna da Rússia pós-comunismo, sem as arestas e a sede autoritária de Putin, acabou nessa época.

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A situação hoje não está para piadas. As barbaridades ditas por Medvedev revelam o que integrantes da cúpula realmente gostariam de fazer na Ucrânia, se tiverem a oportunidade. O próprio Putin já mandou dizer, através de Emmanuel Macron, que pretende “esmagar” Volodymyr Zelensky.

Mikhailo Podoliak, um dos assessores mais próximos do presidente ucraniano e porta-voz frequente do governo, respondeu à expressão de desejo do poodle de Putin. “A Ucrânia foi, é e será. Mas onde estará Dimitri Medevedev daqui a dois anos?”.

“Ele é um homenzinho com grandes inseguranças cuja única maneira de se reafirmar é expelir veneno contra a Ucrânia ou ameaçar o mundo”.

A referência não é à altura – 1,62 metro – de Medvedev. O próprio Zelensky, que impressionou o mundo com sua coragem, também é baixinho.

É a estatura moral do ex-presidente russo que conta. E esta se arrasta no chão. Enquanto Zelensky dá show de liderança e ucranianos comuns têm atitudes nada menos que heróicas, Medvedev e companhia são uma vergonha que arrasta na na mais profunda das lamas da taiga a honra da nação russa.

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