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Harry não fala com o pai, Meghan pensou em suicídio e outras bombas

Em termos de revelações, a entrevista do casal a Oprah foi espetacular; em termos de imagem, deixa muitas dúvidas se foram sinceros

Por Vilma Gryzinski 8 mar 2021, 08h17

Será que Meghan Markle é uma jovem tão inocente que não sabia nada do protocolo real, nem depois de ficar noiva de Harry, e quando se sentiu tão desesperada a ponto de pensar em suicídio procurou o Recursos Humanos?

São algumas dúvidas causadas pelos entrevista-bomba que deram a Oprah Winfrey, a estrela da televisão que foi ao casamento deles – aliás, celebrado três dias antes, pelo arcebispo da Cantuária, apenas com o casal presente.

“Chamamos e arcebispo e dissemos: ‘Olha, essa coisa, esse espetáculo, é para o mundo, mas queremos que nossa união seja entre nós’”, disse Meghan, que está esperando o segundo filho, aliás filha, outra revelação guardada para Oprah.

A revelação mais bombástica provavelmente é que pessoas não identificadas manifestaram dúvida se o filhinho deles, Archie, seria “escuro” demais. Por isso, embora ela não explique exatamente os termos e quem disse isso, o menino não seria príncipe (na verdade, os últimos bisnetos de um monarca que têm direito ao título são os filhos do herdeiro William e Kate; a partir deles, o título fica arquivado, uma decisão tomada para “enxugar” a família real muito antes que Harry sequer conhecesse a atriz americana).

Oprah fez várias perguntas, amabilíssimas, pois o tom era deixar o casal falar o que quisesse, mas não houve nenhum esclarecimento.

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“Foram conversas que Harry teve com eles”, despistou Meghan, referindo-se à família real. “Seria muito prejudicial para eles.”

“Nunca vou compartilhar essa conversa”, cortou o príncipe.

Ou seja, ambos acusam membros não identificados da família real de fazer comentários racistas, mas não dizem quem nem como.

Outra acusação, muito mais mundana. A história de que Kate, a futura rainha consorte, saiu chorando de uma prova dos vestidos das daminhas de honra do casamento, incluindo sua filha Charlotte, não foi bem assim.

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“O que aconteceu realmente? O inverso”, disse Meghan. “Ela me fez chorar e realmente me magoou”.

Mas o que aconteceu, mesmo? Meghan preferiu não entrar em detalhes porque Kate pediu desculpas “e eu a perdoei”.

Em termos pessoais, as palavras mais pesadas de Meghan referiram-se a seu próprio estado de espírito. Forte e cheia de personalidade, a ex-atriz diz que se sentiu tão tolhida que pensou em suicídio. Estava tão mal que procurou ajuda até do Recursos Humanos, mas ouviu que o serviço trabalhava só em questões trabalhistas.

É digno de crédito que uma mulher adulta – está agora com 39 anos –, que sempre deu sinais de ser dona de si mesma, confiante e segura, não tenha procurado aconselhamento mais profissional se estava vivendo uma crise tão grave?

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Quanto a Harry, é mais convincente a versão de suas agruras emocionais. Ele sempre foi instável e já falou bastante sobre isso, dando a entender que esteve próximo do ponto de ruptura em ocasiões passadas. A morte trágica da mãe quando ele tinha doze anos deixou marcas, e a opinião pública britânica sempre levou isso em conta.

Mais recentemente, a boa vontade diminuiu bastante, principalmente depois que largou tudo e foi para a Califórnia viver com Meghan uma vida mais ao estilo das estrelas do show business.

A Oprah, ele revelou que ficou magoado com o pai, sentindo-se abandonado no que via como uma grande luta dele e Meghan contra o mundo.

“Eu me sinto realmente negligenciado porque ele passou por uma coisa semelhante. Ele sabe como dói e Archie é neto dele”, reclamou o filho rompido com o pai – a referência à similitude vem dos embates com a imprensa.

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Sobre William, disse que estão seguindo “caminhos diferentes”, embora o ame muito como irmão.

“Minha família literalmente me cortou fora financeiramente. Mas eu tenho o que minha mãe me deixou e, sem isso, não teríamos conseguido fazer o que fizemos”, disse Harry, falando num assunto a que a aristocracia jamais se refere em público, dinheiro.

Harry e Meghan estão fazendo um bocado de coisas que nunca foram feitas antes – ou pelo menos desde que o tio-bisavô do príncipe abdicou ao trono, como Edward VIII, para se casar com a americana Wallis Simpson.

Foi, na época – 1936 –, um escândalo infinitamente maior. O duque de Windsor, título de consolação que ganhou, era o rei, não um irmão caçula do futuro monarca.

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Mas o mundo das informações instantâneas e dos humores das redes sociais hoje é incomparável.

Conseguirão Harry e Meghan a simpatia por suas atribulações que tanto perseguem? Serão vistos como heróis modernos em luta contra instituições ultrapassadas e mesquinhas? Convencerão a opinião pública de que Meghan ficou surpresa ao saber que a rainha tinha que receber uma reverência de todos os membros da família real sempre que a encontrassem (“Mas ela é sua avó!”)?

As redes sociais estão fervendo e vão continuar por um certo tempo. Depois, como tudo mais, vão passar para o assunto seguinte.

Este é o problema principal dos duques de Sussex: fora das atividades formais da família real, suas experiências e seus problemas vão ficar cada vez mais ultrapassados. Isso se chama relevância e não cai do céu.

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