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Está Israel ganhando a guerra de Gaza mais depressa do que o esperado?

Ninguém se engana sobre os preparativos do Hamas para uma invasão, mas avanço de tropas israelenses vai além do previsto

Por Vilma Gryzinski
15 nov 2023, 06h30

Todo mundo se considera autorizado a dizer a Israel como travar a guerra de Gaza, inclusive os mal intencionados que pedem um cessar fogo, mas querem mesmo é dar ao tempo ao Hamas para se recuperar.

E há muito a ser recuperado: ele está sendo arrasado.

Uma das verdades incontestadas antes da guerra, era que o preço de uma operação para tomar o controle total do território era alto demais. Um general da reserva das Forças de Defesa de Israel, chegou a prever 700 baixas. Conselheiros americanos falavam num “banho de sangue”.

O 7 de Outubro mudou tudo, estabelecendo um consenso praticamente unânime em Israel de que jamais poderia se repetir uma situação similar à das campanhas anteriores, em que o Hamas sofria perdas pesadas e continuava onde sempre esteve. Se o preço a pagar fosse alto para obliterar a organização responsável pela matança indiscriminada e de uma crueldade jamais vista, seria assumido.

Até agora – e com todos os condicionantes que a situação exige -, tem acontecido o contrário: as Forças de Defesa de Israel estão sofrendo menos baixas – 48 até ontem – e avançando mais depressa do que o previsto, mesmo dentro da doutrina de privilegiar a cautela para proteger seu pessoal.

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Sob o peso de palavras que todos sentem, mas poucos dizem em público, vergonha e humilhação pelo despreparo no 7 de Outubro, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, se permitiu um momento de triunfo: “O Hamas perdeu o controle sobre Gaza”, disse.

Fotos de alto teor simbólico ilustraram isso, uma na sede do Legislativo – obviamente uma paródia de parlamento, visto que o regime é ditatorial – e outra no QG da polícia militar, com soldados levando nas mãos a bandeira de Israel e da brigada Golani, tradicional ponta de lança. As instalações centrais do governo também foram tomadas e até o hospital usado como um dos centros de comando da organização.

“O Hamas não tem um contingente capaz de parar as FDI. As FDI estão avançando em todas as frentes. Os terroristas estão fugindo para o sul, civis estão saqueando bases do Hamas. Não têm confiança no governo”, disse Gallant.

Dizer que as coisas vão indo bem, mesmo quando o oposto acontece, faz parte da guerra da informação, mas Gallant tem uma responsabilidade enorme perante a opinião pública israelense, traumatizada e nada disposta a aliviar para um governo no qual a maioria não confia.

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Escrevendo no Telegraph, o analista militar Richard Kemp, coronel da reserva do Exército britânico, antecipou a avaliação do ministro israelense: “As FDI ultrapassaram as expectativas de seus próprios comandantes com a rapidez e a extensão da destruição do Hamas. Isolaram Gaza e estão atacando os redutos terroristas, matando grande número de combatentes, incluindo comandantes importantes, destruindo postos de comando e tendo acesso a informações preciosas, enquanto suas forças sofrem menos baixas do que o previsto”.

Isso tudo contra um inimigo que sabia exatamente qual seria a reação ao massacre de civis israelenses e se preparou para ela, tendo a vantagem de conhecer o terreno e estar na defesa num teatro de operações urbano, o mais difícil que existe para forças invasoras.

Quanto mais o Hamas se enfraquecer, menos constantes serão os bombardeios que, numa das realidades mais terríveis da guerra, fazem vítimas entre a população civil. É aí que está uma das maiores vulnerabilidades de Israel: o sofrimento dos não combatentes aumenta as pressões políticas por um cessar-fogo. Emmanuel Macron, por exemplo, já tentou até assinar a rendição em nome de Israel. Depois se desdisse, sustentando que nunca, jamais havia pretendido cometer a sordidez de equiparar as ações terroristas do Hamas com um exército em combate com forças misturadas deliberadamente com a população civil.

Existe uma quantidade enorme de variáveis no quadro político-militar, inclusive a entrada em cena em grande escala de outros atores, como o Hezbollah no Líbano.

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Todos os envolvidos sabem disso. Israel não planejou uma operação relâmpago, um ataque fulminante com grande possibilidade de baixas entre suas forças e a população civil, mas está avançando de forma consistente. O que virá depois é outra conversa.

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