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Democratas, mídia e até jornalistas estrangeiros querem derrubar Hegseth

Submeter a um cerrado escrutínio o secretário da Defesa e seu chefe, Donald Trump, é bom para a democracia, mas exageros obscurecem questões

Por Vilma Gryzinski 8 dez 2025, 06h55

Donald Trump e seus comandados, como o secretário da Defesa, Pete Hegseth, e os comandantes militares no teatro de operações do Caribe têm o direito de explodir lanchas transportando cocaína e de exercer uma pressão tão forte que provavelmente Nicolás Maduro e sua turma acabarão expelidos do poder?

As questões envolvidas são de enorme alcance. Pelas regras do direito internacional, a resposta, em princípio, é não. Mas estas regras, mesmo escritas com as melhores intenções, incluindo a condenação ao uso da força nas relações entre os países, propagaram-se quando ainda não existiam as quadrilhas de traficantes de drogas que se apossam literalmente de países inteiros, um fator novo, que não se enquadra na categoria inimigo fardado e identificado como membro de um exército regular nem insurgente em armas, as duas mais comuns.

Mais do que constituir a fonte de vício e overdose para muitos milhares de usuários, eles passam a ser ameaças à segurança nacional, um estado paralelo com infinito poder de corrupção. Ou, como no caso da Venezuela, o próprio estado.

É importante discutir isso, à luz dos acontecimentos atuais, porque o Brasil está passando por um processo de expansão cada vez maior do crime movido a cocaína, que infiltra instituições já fracas, elege representantes políticos e se irradia para outras formas de criminalidade. Sejam as quadrilhas mais racionais e profissionalizadas que emanam de São Paulo e criam até fundos de investimentos para administrar seus lucros, sejam os bandos mais territoriais e violentos do Rio de Janeiro, o perigo é exatamente igual, o do naufrágio do estado de direito e, mais além, das próprias bases da civilização.

ATAQUES ASSIMÉTRICOS

Donald Trump tem o mérito de ter visto isso ou apenas está usando um pretexto para fazer o que havia prometido repudiar, a mudança de regime em um país mais fraco e vulnerável?

Seja qual for a sua resposta, o fato é que novas condições criam novas necessidades. Escreveu María Corina Machado, no momento enfrentando as vertiginosas possibilidades de ser a próxima presidente da Venezuela ou o alvo de uma retaliação violenta de um regime em fim de linha:

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“Como não podem confrontar a América militarmente, eles a atacam assimetricamente, contrabandeando drogas para cidades americanas, espalhando a desinformação para dividir a América, pagando lobistas para distorcer a política americana, apoiando regimes hostis e dirigindo grupos criminosos como o Trem de Arágua para a região”.

São argumentos importantes. Mas bastam para justificar os ataques com drones que pulverizam narcolanchas em tal escala que as explosões diminuíram por falta de alvos? Podem os traficantes ser considerados combatentes inimigos? E podem ser atingidos quando já se transformaram em náufragos, como no caso de dois sobreviventes eliminados depois da explosão de sua lancha?

MULHERES, BEBIDA

É bom para a democracia que todos estes atos estejam sendo submetidos ao escrutínio do Congresso e da imprensa – assim funcionam as democracias. Mas também é bom saber que o objetivo de deputados democratas e da imprensa antitrumpista é detonar – politicamente – Donald Trump.

O fato de que Pete Hegseth seja o alvo do momento tem que ser entendido nesse contexto político. Apesar da estampa de galã e da boa forma, Hegseth é considerado um nome fraco no governo, sem a formação intelectual necessária para comandar uma estrutura gigantesca como o Pentágono – e, portanto, mais exposto aos ataques dos que, através dele, sonham em desconstruir Trump.

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Se fosse para fazer uma série sobre um secretário da Defesa – ou da Guerra, segundo a nomenclatura mudada, mas que não emplacou -, Hegseth teria o physique du rôle ideal e uma história de sonhos para roteiristas: um conservador formado em Princeton e Harvard, com experiência em zonas de combate como o Iraque e passagem pela base de Guantánamo, o local onde ficaram presos da Al Qaeda.

Com os problemas que nutrem os bons roteiros (mulheres, bebidas), o major vira apresentador de um programa da Fox e acaba sendo escolhido para ser secretário da Defesa, cargo no qual os generais quatro estrelas são seus subordinados e ele se vê na posição de acusado de crimes de guerra. Nada mau, não?

MOMENTO CRUCIAL

Ou, na versão do britânico Guardian, o protótipo de jornal de esquerda tão copiado mundo afora: “Pete Hegseth está enfrentando a mais séria crise de sua gestão, engolfado por acusações de crimes de guerra no Caribe e um escorchante relatório do inspetor geral que o acusa de mau uso de informações secretas da inteligência militar”.

É tudo verdade – mas também precisamos lembrar daquele contexto em que o secretário da Defesa vira alvo por procuração dos que querem na verdade atingir o presidente.

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“Hegseth não dá sinais de que pedirá demissão e ainda tem o apoio de Donald Trump”, admitiu, com certa frustração, o Guardian.

Era o que faltava: Trump demitir o secretário da Defesa num momento crucial da campanha para chacoalhar o regime venezuelano até que ele caia de maduro, sem precisar de ataques contra alvos terrestres nem outros envolvimentos mais extremos.

FORA DE COMBATE

Mas é impossível? De jeito nenhum.

A acusação de crimes de guerra decorre de um vídeo onde os dois operadores do tráfico mortos num segundo ataque estão claramente hors de combat – a expressão em francês usada pelo direito internacional para fora de combate, ou seja, militares ou civis que já não constituem ameaça e devem ser poupados e feitos prisioneiros, não executados.

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Pode haver outros vídeos ou outras informações que inviabilizem a permanência de Hegseth e o tornem apenas a inspiração de um filme ou série que poderia ser estrelado por George Clooney, se o ator fosse vinte anos mais novo.

Ou talvez pelo próprio, incorporando as artes da interpretação para parecer mais jovem. Como é um ardoroso democrata, Clooney faria um Hegseth vilanesco, tal como o pinta a mídia antitrumpista?

Ou os roteiristas seriam espertos e criariam um personagem cheio de nuances, colocado numa posição como nunca existiu antes, contra adversários também de natureza sem precedentes, traficantes que cortam cabeças, retalham rivais e se apropriam de governos inteiros? As novas situações em que o crime organizado se reproduz pegaram muitos analistas desorganizados para nos ajudar a entender como esse mundo novo deve ser enfrentado.

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