PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Mundialista

Por Vilma Gryzinski Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Se está no mapa, é interessante. Notícias comentadas sobre países, povos e personagens que interessam a participantes curiosos da comunidade global. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Assim não dá: ‘New York Times’ ajuda Trump mais ainda

Reportagem tola e deturpada sobre o candidato e as mulheres aumenta a sensação de que ele é perseguido pela grande imprensa

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 5 dez 2016, 11h20 - Publicado em 19 Maio 2016, 17h26
Sabem de nada, inocentes: Trump não é modelo de anti-machismo, mas adversários levantam sua bola

Sabem de nada, inocentes: Trump não é modelo de anti-machismo, mas adversários levantam sua bola

Será que está acontecendo aquele momento que dá um friozinho na barriga – ou um friozão –, a guinada que empurra Donald Trump para a frente e o coloca diretamente na porta da Casa Branca? Sobre a segunda parte, é melhor não fazer prognóstico nenhum. Mas a arrancada desponta em pesquisas. Trump aparece com 45% das preferências contra os 42% de Hillary Clinton, segundo uma pesquisa da Fox News Poll. No Rasmussen Reports, a diferença é mais favorável ainda: 42% contra 37%.

Continua após a publicidade

A pesquisa da Fox mostra uma diferença entre o voto masculino e o feminino mais acentuada ainda. Hillary tem 14 pontos de vantagem entre eleitoras (50% a 36%), mas a vantagem de Trump aumentou para 22 pontos entre os homens (55% a 33%).

São múltiplas as explicações para esta disparidade, mas certamente a maioria delas gira em torno da personalidade de Trump, de seu estilo agressivo e das muitas formas ofensivas com que já se referiu a mulheres, inclusive quando as elogia, enquadrando-as na infame classificação por pontos.

Talvez influa, entre os homens que tendem a votar em Trump, a forma distorcida com que a maioria da grande imprensa o trata. Escavar todo o passado dos candidatos é um dever da imprensa e, dependendo das simpatias políticas, cada jornal ou canal de televisão tenderá a focar mais em um dos concorrentes.

Continua após a publicidade

Mas fazer uma das reportagens mais ridículas de todos os tempos, como a do New York Times sobre a relação de Trump com mais de 50 ex-namoradas, funcionárias e outras, aumenta a impressão de que o candidato está sendo alvo de uma perseguição injusta e politizada. E Trump não é homem de deixar passar uma oportunidade dessas para ganhar mais uns pontinhos.

Relembrando o histórico de Trump: ele é dono de cassinos, lugares que tendem a atrair profissionais do entretenimento noturno; teve casos amorosos escandalosos; trocou a primeira mulher pela segunda; conheceu a terceira num concurso de modelos e, claro, era o detentor dos direitos do Miss Universo, onde imiscuía-se entre as candidatas com olhos glutões.

Pois com todo esse potencial, o máximo de escândalo que o Times conseguiu foi o caso de Rowanne Brewer Lane, que era modelo numa festinha na piscina de Trump, há mais de vinte anos, e se sentiu humilhada quando o ricão lhe ofereceu um maiô, elogiando sua forma.

Continua após a publicidade

Já seria patético, em si, mas ficou pior ainda. No dia seguinte, Rowanne desmentiu a essência da reportagem. Disse que conheceu Trump depois de uma sessão profissional de fotos, que ele a tratou de forma extremamente gentil e depois engataram um namoro em que o bilionário sempre a tratou de forma cavalheiresca.

Só mesmo o velho Times para conseguir colocar no mesmo ambiente cavalheirismo e Trump, por causa da ânsia infantil de comprometer o candidato republicano – e dar uma força a Hillary, a quem o jornal apoia, embora morrendo de vontade de, mais uma vez, traí-la e passar para o lado de Bernie Sanders.

Até colunistas experientes do jornal, como Roger Cohen, que pelo menos tem juízo para ficar fora dessa história de se imiscuir com as mulheres dos outros, já incorreu no pecado de omissão. Numa boa análise das enormes complicações das propostas isolacionistas e protecionistas de Trump, extrapolou ao falar que o candidato representa a era do “know-nothing” .

Continua após a publicidade

Cohen explica que existiu um movimento nos Estados Unidos, no século XIX, criado como uma reação às novas ondas de imigrantes católicos, vindos da Irlanda e da Alemanha. Mas, no impulso infantil de estraçalhar Trump e seus simpatizantes, não conta de onde veio o nome: “know-nothing”, ou “não sei de nada”, era o que os militantes dos círculos clandestinos do partido nativista respondiam às perguntas sobre suas atividades. Nada a ver com um elogio à ignorância.

As lacunas de conhecimento de Trump são gigantescas e poderão ser muito bem exploradas em debates por Hillary Clinton, se ela não for derrubada por Sanders ou detida para esclarecimentos no caso da central paralela de comunicações que criou quando era secretária de Estado.

A antipatia que desperta entre muitas mulheres também é um campo fértil para seus adversários. Mas reportagens como a do Times em vez de ajudá-los, atrapalham. Também não parecem muito frutíferos argumentos como o de um político democrata, o ex-governador Ed Rendell, que usou os seguintes termos para criticar Trump e dizer por que ele vai perder mais ainda o voto feminino: “Comentários dele como ‘você não pode ser nota 10 se não tem peito’ voltarão para assombrá-lo. Provavelmente existem mais mulheres feias do que bonitas no país. As pessoas levam coisas assim para o campo pessoal.”

Levam mesmo, governador Rendell.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.