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A pior pesquisa de todas: Trump venceria Biden em eleição presidencial

Este é um dos números que traduzem o inferno astral do presidente e pode ser passageiro - ao contrário dos indicadores negativos da economia

Por Vilma Gryzinski 27 jan 2022, 07h28

Joe Biden saiu para tomar sorvete, comprar roupas para os netos e fazer outras coisas que políticos fazem quando acham que precisam mostrar uma face humana ao eleitorado.

Está feia a situação para o lado dele. Uma nova pesquisa, da Harvard CAPS/Harris, dá seu índice de aprovação em 39% – um desastre por qualquer ângulo que se veja.

Pior ainda: 40% dos eleitores dizem que votariam nele em 2024 e 46% em Donald Trump. Se a adversária fosse Kamala Harris, Trump levaria por 49% a 39%.

É simplesmente espantoso, considerando-se tudo o que Trump fez para arruinar sua própria reputação e como foi e continua a ser reiteradamente massacrado pela maioria dos órgãos da grande imprensa. 

Sem Twitter há um ano, com uma única plataforma de alcance nacional – os programas da Fox aos quais dá entrevistas -, Trump bate Biden por seis pontos.

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O resultado é menos um retrato da eficiência de Trump e mais o produto de uma conjunção de desastres para Joe Biden, alguns por culpa dele, outros inevitáveis.

Os exemplos de esferas variadas são vários. Um deles: o déficit comercial americano passou de um trilhão de reais em 2021. Isso mesmo, um trilhão de reais. Trancados em casa, recebendo cheques do governo, os americanos gastaram como nunca em produtos importados.

Que país pode aguentar isso? Provavelmente, só os Estados Unidos. Mesmo com uma dívida de 29,8 trilhões? E enfrentando um antagonista como a China, com 676 bilhões de superávit, isso num ano fraco? Sem contar uma inflação anual de 7%?

Biden pode não ser o responsável pela concentração de indicadores negativos (embora em seu ano de mandato a dívida tenha aumentado dois trilhões), mas quem está na Casa Branca é ele e tudo, justa ou injustamente, é debitado na sua conta.

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Outro número sobre o qual o presidente tem apenas um controle relativo: os Estados Unidos estão se aproximando de um milhão de mortes por Covid. Na quinta-feira passada, o número diário de mortes passou de 3 100. Até comparado com o Brasil, com nossos mais de 600 mil mortos, o número é espantoso.

O governo Biden deixa a impressão de que está correndo atrás do prejuízo, derramando recursos em testes domésticos e máscaras de alto nível de proteção, sem os resultados correspondentes. No campo político, sofreu uma derrota quando a Suprema Corte decidiu que o governo não podia exigir que empresas com mais de 100 funcionários imponham a vacinação obrigatória.

Tudo isso acontece no momento em que Biden passa por uma prova de fogo: o do desafio à ordem mundial que Vladimir Putin montou com a ameaça de algum tipo de intervenção na Ucrânia.

Biden até agora não conseguiu explicar claramente aos americanos por que os Estados Unidos têm interesse máximo que a aliança com a Europa, uma das colunas de sustentação da hegemonia da superpotência, não seja desmoralizada por uma aventura bélica da Rússia.

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É possível que ele mesmo não tenha calculado o tamanho do desafio que Putin, um estrategista de cabeça fria, resolveu montar. Pelo menos, foi isso que deixou escapar, num lapso freudiano, quando disse na semana passada que “uma incursão limitada” na Ucrânia não seria tão grave assim.

“Imaginem se fosse Trump”, ecoaram partidários do ex-presidente que gostam de levantar a hipótese cada vez que Biden faz uma besteira. 

Ironicamente, o que dizem faz cada vez mais sentido. Se fosse Trump, provavelmente já teria dado outro processo de impeachment. 

Mesmo com a cobertura condescendente da imprensa e a maioria no Congresso, Biden pode estar entrando numa fase pior ainda.

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E se a bolsa despencar de vez? E se a Rússia invadir? E se a ômicron demorar para refluir? E se o aumento dos juros armado pelo Fed não der conta do tamanho da inflação?

Aqui e ali na imprensa, começam a brotar reportagens tentando empurrar a culpa pelos problemas de Biden com seu próprio partido para cima de Ron Klain, que ocupa um posto equivalente ao de ministro da Casa Civil.

Obviamente, estas reportagens não nascem do nada. Assumir a culpa pelos erros do chefe faz parte do emprego dos chefes da articulação política. Mas os vazamentos indicam que o ânimo não é otimista na Casa Branca.

Outros deslizes refletem o nível de stress.

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Pensando que o microfone já estava desligado, Biden disparou um palavrão cabeludo quando Peter Doocy, o repórter da Fox que se destaca por fazer, imperturbavelmente, perguntas não amistosas ao presidente, quis saber se a inflação era um ônus para os democratas nas próximas eleições. 

Uma pergunta óbvia demais, mas o que conta foi a reação do presidente – “Que cretino filho da ****”, sibilou Biden (depois, teve a honradez de ligar para Doocy e dizer que “não foi nada pessoal”).

Quanto mais pontos perde nas pesquisas, mais Biden vai revelando que não é o avô bonzinho que reconciliaria os americanos e inauguraria uma era de bem estar e progresso.

Biden demonstrou um lado mesquinho e até vingativo. Características que os políticos normais – ou seja, que não se chamam Donald Trump – têm que disfarçar, por força da profissão.

Que ele e Trump, ambos quase octogenários, sejam as alternativas para 2024 é um sinal triste da falta de renovação na política americana.

Outro sinal: quanto mais Biden perde pontos, mais prepostos de Hillary Clinton insinuam que ela poderia voltar a se candidatar.

Presidentes fracos produzem adversários fortes, até mesmo, ou principalmente, em seus próprios partidos.

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