Teju Cole: camadas de tragédia
Antes da entrevista começar, Teju Cole avisa que não quer ser filmado. O escritor, que conquistou a crítica dos Estados Unidos no ano passado com seu romance de estreia, Cidade Aberta, recém-lançado no Brasil pela Companhia das Letras, e se tornou uma boa aposta nos círculos literários, sabe que falar de seu trabalho é necessário […]
Antes da entrevista começar, Teju Cole avisa que não quer ser filmado. O escritor, que conquistou a crítica dos Estados Unidos no ano passado com seu romance de estreia, Cidade Aberta, recém-lançado no Brasil pela Companhia das Letras, e se tornou uma boa aposta nos círculos literários, sabe que falar de seu trabalho é necessário para vendê-lo. Ainda mais quando se está começando. “Eu sou jovem”, diz o autor de 37 anos. “Mas também sou tímido.” Além da vergonha, Cole, que pensa longe, quer impor limites. Sabe que poderá ser assediado de forma crescente nos próximos anos e prefere estabelecer já seu espaço. Se ele pensa em se tornar um Thomas Pynchon, o misterioso autor americano que nunca dá entrevistas e de quem nem mesmo se conhece a cara? “Ah, quem me dera ser tão louco quanto ele”, ri. É assim, com franqueza e também com simpatia, com orgulho de seu trabalho e também com simplicidade, que Teju Cole fala como procurou captar a falta de compaixão humana em Cidade Aberta.
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“Este é um livro sobre o quanto é difícil sentir compaixão. Acredito que todos nós tentamos, de diferentes maneiras, fazer a coisa certa. E por razões psicológicas e de fraqueza pessoa, nós muitas vezes falhamos nessa tentativa e chegamos a ser brutais uns com os outros. Eu gosto de explorar essa imperfeição, porque é assim que as pessoas são de verdade, boas e más, não apenas boas ou apenas más”, conta, fazendo referencia a Julius, o protagonista de Cidade Aberta.
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