Se faltava povo na rua, agora não falta mais
Atos de sábado mostraram um novo momento da rejeição ao governo
As manifestações do último sábado, 29, mostraram que a rejeição a Bolsonaro está mais forte do que nunca. Alguns cientistas políticos, e até mesmo os próprios políticos, avaliaram nos últimos dias que faltava povo na rua contra o governo. Agora não falta mais.
A manifestação, chamada de 29M, se espalhou pelo Brasil e teve uma repercussão muito mais significativa do que os atos que o governo e seus aliados convocam nas redes sociais.
Além disso, é importante dizer que, nesse caso, não houve uso de dinheiro público. Nos atos pró-governo, o presidente Jair Bolsonaro já usou helicóptero e até avião pago com recursos públicos para participar das manifestações.
Apesar das críticas, os participantes dos atos de sábado, 29, usaram máscaras. Em alguns momentos, a aglomeração foi inevitável, embora a orientação dos organizadores tenha sido para manter a distância. Participar da manifestação não anula a importância de ficar em casa – ainda para quem está há mais de um ano em isolamento
Quem saiu às ruas no sábado continua respeitando as famílias que perderam pessoas vítimas do coronavírus, continua com medo de suas consequências, mas acredita que o ato político era importante e que esse era o momento de protestar. Esse era o momento de mostrar que o governo, de fato, não está agradando na gestão da pandemia.
A CPI da Covid com certeza fortaleceu os protestos. Há cerca de 1 mês, senadores têm mostrado que o governo foi irresponsável, leniente e sabotou os esforços de imunização no país. A soma da CPI e as milhares de pessoas que estiveram nas ruas não deixam dúvidas sobre a rejeição ao governo de Jair Bolsonaro. É um novo momento.