Jaques Wagner é daqueles políticos mais experientes do país. Se movimenta com sabedoria em meio ao xadrez político brasileiro.
É tanto assim que, quando o PT achou que Lula – preso e condenado – talvez não pudesse mais ser o grande líder do partido, Wagner começou a ser sondado para assumir o posto, que acabou nas mãos de Fernando Haddad.
Haddad perdeu, mas Lula venceu. Derrubou as sentenças, hoje é inocente, está de volta como líder absoluto das pesquisas e o resto da história já sabemos.
O ex-presidente nunca, nunca mesmo, dá espaço para que outras lideranças cresçam no campo esquerda ao ponto de chegarem no tamanho dele. Foi assim com Haddad, mas também com Dilma Rousseff.
Pois, Jaques Wagner, que nunca teve a oportunidade, acertou em entrevista ao Globo nesta segunda-feira, 14. Pediu humildade para o PT, mesmo com o Lula liderando com folga as pesquisas, e chamou Sergio Moro “na chincha”.
“Eleição não é peru de Natal, não morre de véspera. Eleição tem que trabalhar até a abertura das urnas. Muita gente em 2018 foi dormir com a faixa e acordou derrotada. Não brinco com isso, até me preocupo. Vamos botar a sandalinha da humildade”, disse o senador da República.
Depois, afirmou que “o melhor adversário para enfrentar o Lula no segundo turno é o [Sérgio] Moro”. Por enquanto, Moro está estagnado nas pesquisas, e mostra como a terceira via continua minguada em 2022.
Lula x Moro no segundo turno, neste momento, seria o grand finale para o PT, na opinião de Wagner, e também para Bolsonaro, que já estaria fora do páreo no primeiro turno. É o que ele, o presidente fascista, merece. E é o que Jaques Wagner quis dizer.