O recado da Ordem dos Economistas para Lula
O presidente do Banco Central, Campos Neto, e o professor Rodrigo Sayeg estão entre os homenageados
A entrega do prêmio de “Economista do Ano de 2024” pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB) ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na próxima sexta-feira, 9, além de configurar uma homenagem pela carreira, tem um objetivo claro: transmitir ao presidente Lula o recado de que Campos Neto desfruta do apoio da classe.
Desde o início do terceiro mandato de Lula, Campos Neto tem sido criticado pela política de juros – decisão colegiada a que o governo procura atribuir culpa pelo tímido crescimento econômico.
O nível dos ataques ora sobe, ora desce, conforme as cobranças da opinião pública por medidas de austeridade e contenção de gastos, que quase não frequentam a cartilha petista.
Nessas ocasiões, a elevação da temperatura tende a aumentar o preço do dólar, num círculo vicioso que pega fogo nos momentos em que Campos Neto se movimenta mal dentro do jogo político (em jantares com notórios oposicionistas, por exemplo).
Com a distinção, a OEB pretende respaldar a atuação de Campos Neto enquanto presidente do Banco Central, em razão de uma gestão que, além da manutenção da taxa de juros, conquistou outras marcas positivas, como a criação do pix.
Além de Campos Neto, a OEB vai homenagear a economista Ana Paula Vitali Janes Vescovi, ex-secretária do Tesouro Nacional e ex-secretária-executiva do Ministério da Fazenda no governo Michel Temer – outro desafeto do PT.
Já fora da seara econômica, serão homenageados, na categoria “Jurista do Ano de 2024”, Rodrigo Sayeg, professor da pós-graduação em Direito Penal e Processual Penal da PUC-SP, pela atuação em prol da proteção dos direitos humanos na ordem econômica, e a repórter Juliana Rosa, na categoria “Jornalista Econômico de 2024”.