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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O que o Datafolha revela sobre o plano de Bolsonaro com evangélicos

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 ago 2022, 11h45 - Publicado em 19 ago 2022, 13h00
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  • Há dois dias, esta coluna mostrou a estratégia do presidente Jair Bolsonaro para atrair os votos das mulheres e dos evangélicos: usar Michelle Bolsonaro, fazer demonstrações públicas de afeto e abusar dos termos religiosos.

    A nova rodada do Datafolha divulgada nesta quinta, 18, mostra que a jogada está funcionando muito bem. O presidente abriu vantagem sobre Lula entre os evangélicos e subiu 7 pontos nesse eleitorado de julho a agosto. Agora, Bolsonaro tem 49% das intenções de voto nesse segmento, ante 32% do petista.

    Os evangélicos representam 25% dos eleitores brasileiros, uma parcela importantíssima no resultado final e que, por isso, tem sido alvo de estratégias das equipes de Lula e de Bolsonaro.

    Para o presidente, a estratégia apelativa está funcionando. Para seu principal adversário, não. É bem provável que a imagem de Michelle tenha a ver com o avanço de Bolsonaro. A primeira-dama incorporou o papel que lhe deram e tem feito longos discursos usando termos como “inimigos”, “milagres”, “escolhido” e outras palavras – ou seja, abusos religiosos – para atrair a atenção dos fiéis.

    O principal ponto de atenção nos números do Datafolha é que a pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 18 de agosto. A campanha oficial dos candidatos começou no dia 16, ou seja, o levantamento pegou apenas os três primeiros dias de campanha e já mostrou crescimento de Bolsonaro. Os próximos dias devem ser ainda mais intensos, inclusive com a participação de pastores e líderes religiosos usando o púlpito como palanque para o presidente, o que deve se refletir em mais votos para Bolsonaro.

    Se Lula quiser atrair votos dos evangélicos, vai precisar reanalisar suas jogadas. Até o momento, a estratégia não se converteu em votos. Ou o ex-presidente desiste e se concentra em outra parte do eleitorado ou muda o discurso para se aproximar dos fiéis.

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