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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O ministro parasita 

Diplomatas fazem analogia de que o chanceler Ernesto Araújo se alimenta do Itamaraty, mas vem provocando enormes danos à imagem do Brasil lá fora

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 nov 2020, 14h00 - Publicado em 10 nov 2020, 13h40

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tem sido chamado com o “singelo” apelido de “parasita” entre alguns dos embaixadores que estão na ativa no serviço diplomático brasileiro. A vitória de Joe Biden, nos Estados Unidos, e a consequente derrota de Donald Trump, ampliaram esse sentimento em relação ao chanceler.

Na definição do dicionário, parasita é “organismo que vive de e em outro organismo, dele obtendo alimento e não raro causando-lhe dano”. Ernesto Araújo seria aquele que vive do Itamaraty, se alimentando dele para a sua “carreira” político-ideológica, mas trazendo-lhe um enorme prejuízo.

As causas desse dano ao Ministério das Relações Exteriores já são conhecidas. Política externa autoexcludente – rompendo a tradição brasileira do diálogo -, subserviente e de servilismo a um governante, no caso, Trump – e não a uma política de Estado para Estado. Ou seja, totalmente ideológica, em vez de ser uma política pragmática.

Internamente, a imagem do chanceler sempre foi ruim. Causou muito desconforto, por exemplo, o episódio no qual ele afirmou que o Nazismo era um movimento de esquerda. A embaixada da Alemanha teve que defender o óbvio fato de que o movimento é fruto do horror da extrema direita, gerando mal-estar entre muitos diplomatas brasileiros.

Mas esse não foi o único episódio negativo. Outros vários se seguiram, como se sabe. Em relação à Europa, a gestão Ernesto Araújo se contrapôs a países com os quais o Brasil tem relações tradicionais, como a Alemanha e a França. O relacionamento com Venezuela não seguiu a habitual postura brasileira de pacificação. O país virou um fio desencapado após 2019 e tem sido considerado um pária internacional.

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Outra postura que gerou desgaste interno e externo foi o fato de o governo brasileiro não enviar nenhum ministro para a posse do novo presidente da Bolívia, Luis Arce, ocorrida no último domingo, 8. O representante brasileiro na cerimônia foi o embaixador em La Paz, Octávio Cortês, que, apesar da presença, não seguiu o mesmo nível protocolar de outros países.

O pior momento, na visão desses diplomatas, acontece agora. Ou o chanceler muda completamente a abordagem da política externa ou a previsão interna no Itamaraty é que haverá retaliação norte-americana nos próximos dois anos, especialmente no que diz respeito a sanções relacionadas ao meio ambiente.

Em algum momento, explicam os biólogos, o parasita corrói aquele organismo de quem é dependente. O mesmo que tem feito Ernesto Araújo ao liderar uma política externa que ainda ataca a China, maior parceiro comercial. O alinhamento cego a esse viés ideológico, que ganhou força após a ascensão de Donald Trump ao poder, sofreu um duro golpe depois da vitória de Biden. No Itamaraty, há o sentimento de esgotamento da gestão Ernesto Araújo.

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