O forte movimento orquestrado por Fachin e Pacheco contra Bolsonaro
Poder Legislativo e poder Judiciário dão recado ao presidente da República
Com as eleições se aproximando e a insistência do presidente Jair Bolsonaro de “duvidar” da segurança das urnas eletrônicas, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o presidente do Congresso Nacional fizeram um movimento conjunto nos últimos dias em defesa do processo eleitoral brasileiro e, porque não dizer, da democracia.
Na quarta-feira 3, o senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional, afirmou durante a abertura dos trabalhos legislativos do segundo semestre que dará posse aos eleitos pelas urnas eletrônicas. Num claro recado a Bolsonaro, o senador disse ter plena confiança no processo eleitoral, na Justiça Eleitoral e nas urnas.
No dia seguinte, na quinta-feira 4, o ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enviou mensagem a Pacheco agradecendo pelo pronunciamento em defesa da democracia.
Em uma mensagem lida durante o encerramento da sessão do TSE, Fachin disse: “Os anais da história escreverão, no futuro, os nomes em uma das seguintes duas listas: uma com os defensores da democracia, na qual, de modo sobranceiro, se inscreve o presidente do Congresso Nacional, senador Pacheco, e outra com os cúmplices do populismo autoritário”.
O movimento orquestrado tem um significado importantíssimo. Pacheco representa o poder Legislativo como presidente do Congresso. Fachin representa o poder Judiciário num ano eleitoral, único período em que o TSE se torna a Corte mais importante do país.
É importante e simples.
Os chefes do poder Legislativo e do poder Judiciário, se inserindo no grupo de defensores da democracia, deixam claro que não abaixarão a cabeça para o chefe do poder Executivo, que faz questão de liderar, em 2022, a lista daqueles que são cúmplices do populismo autoritário.