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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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“O Brasil tem jeito, eleitor!” – entrevista com Clóvis de Barros Filho

A Rodolfo Capler o filósofo falou sobre o pleito do próximo domingo, respondeu perguntas sobre Lula e Bolsonaro e emitiu sua opinião sobre os evangélicos

Por Rodolfo Capler
Atualizado em 14 out 2022, 11h21 - Publicado em 1 out 2022, 11h09

Estamos diante das eleições mais importantes desde a redemocratização — quiçá de toda a história republicana do Brasil. Divididos entre dois polos, os brasileiros e brasileiras estão desmotivados em relação ao futuro do país. Lula e Bolsonaro — os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenções de voto — tentam convencer, aos 45 do segundo tempo, o eleitorado que ainda se encontra indeciso. Além do chefe do Executivo, o pleito do próximo domingo definirá os candidatos representantes do Legislativo e do Executivo. Deputados federais, estaduais, senadores e governadores serão eleitos para conduzir o país nos próximos anos. 

Diante da grande responsabilidade que o eleitor tem pela frente, fazer boas escolhas é imperativo para haver mudanças práticas e estruturais no país. Com mais de 33 milhões de famintos e quase 12 milhões de desempregados, o Brasil é um país de miseráveis. Sem saúde, educação e segurança públicas de qualidade, caminhamos para o caos social. Não bastasse isso, ainda lidamos com ataques sucessivos a nossa democracia — desferidos pelo chefe do Executivo — e com a corrupção que flui de forma explícita e sistêmica em nosso meio. Por essas, e por outras razões, as eleições do próximo domingo são as mais decisivas e conturbadas de toda a nossa história. 

Para comentar a atual conjuntura e elucidar questões de natureza ética envolvendo a prática da cidadania, conversei com o filósofo Clóvis de Barros Filho. Nascido em Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo, o “professor Clóvis”, como ficou conhecido pelo grande público, é mestre em Science Politique — Universite de Paris III (Sorbonne – Nouvelle) e doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. Bem-humorado e caracterizado por um jeito peculiar de se comunicar (com alterações abruptas no tom de voz), Clóvis de Barros Filho é considerado um dos grandes intelectuais públicos no Brasil, com inúmeros livros publicados e aparições frequentes na grande mídia. Atualmente é RTC da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, palestrante no mundo corporativo e apresentador do Podcast “Inédita pamonha”. 

Nesta entrevista, fiz perguntas a Clóvis acerca da participação dos evangélicos na vida pública, polarização política e sobre o pleito do próximo domingo. De forma sincera, o filósofo expressou que a polarização política continuará a vigorar no país, mesmo com uma eventual vitória de Lula e afirmou que os ataques de Bolsonaro às instituições pode ser algo positivo para a consolidação da nossa democracia.

Leia a entrevista completa: 

Rodolfo Capler O senhor é Doutor e Livre-Docente pela Escola de Comunicações e Artes da USP e professor há 30 anos. O que te despertou para o magistério?

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Clóvis de Barros Filho – Na época que eu era estudante eu tinha certo gosto pelos seminários e apresentações que eram realizados pelos alunos em sala de aula. Portanto, desde muito cedo eu vislumbrava a possibilidade de lecionar. Quando conclui a graduação, subsequentemente, iniciei a pós-graduação stricto sensu. Isso me forneceu os títulos necessários que me permitiram ocupar o ofício de professor na universidade. De certa forma, eu nem tentei outros caminhos profissionais ou outra vocação, pois, as portas na universidade foram se abrindo e lá eu fiquei. 

Rodolfo Capler — Assuntos religiosos estão sempre presentes em suas palestras e participações no debate público. O senhor mantém relação com algum tipo de fé religiosa ou com alguma manifestação de espiritualidade?

Clóvis de Barros Filho — Eu fui formado pelos jesuítas nos ensinos fundamental e médio. Portanto, recebi uma educação católica. Quando saí da adolescência, a minha frequência às missas diminuíram, porém, sempre mantive um grande apreço pelos ensinamentos de Jesus. Lembro-me de um antigo professor meu na França que afirmava que “mais do que ter fé”, ele tinha “fidelidade a certos valores”. Isso se aplica a mim. Eu tenho dileção pelos valores defendidos por Jesus, que, a meu ver, são importantes para conferir dignidade à vida humana. 

Rodolfo Capler — Em sua participação no Flow Podcast, ep.#421, o senhor confidenciou que Jesus é o seu “grande amor”. O que mais te agrada no personagem Jesus?

 Rodolfo Capler — O que me cativa na pessoa de Jesus é a sabedoria que ele transmitia por meio dos seus ensinamentos. A chamada “filosofia de vida de Jesus” me interessa muito… 

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Rodolfo Capler — O número de candidaturas religiosas cresceu 11% neste ano em relação às últimas eleições gerais, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A maioria dessas candidaturas é de pastores e ministros evangélicos. Como o senhor enxerga esse processo de participação dos evangélicos na política?

Clóvis de Barros Filho — A participação dos evangélicos na vida pública do país vem se manifestando dentro dos cânones democráticos previstos pelo Estado, que é laico. Eu não vejo nenhum problema no envolvimento dos evangélicos com a política. Penso que eles não precisam se despir de seus entendimentos, crenças e valores para participarem ativamente da vida nacional. Não há nada de errado quando princípios que são caros aos evangélicos entram na disputa política e são defendidos nas casas legislativas. Quanto ao resto, o que tenho a dizer do ponto de vista ético é válido para qualquer pessoa. Independentemente dos candidatos políticos serem defensores de valores cristãos ou não, deverão ser respeitadores do princípio da representatividade, honrar os compromissos assumidos em campanha e se empenhar para que as leis se tornem referência para uma sociedade cada vez mais justa e harmônica.

Rodolfo Capler — Encampando um discurso de defesa da “preservação da vida e da família” e orientados, sobretudo pela Bíblia, o posicionamento dos parlamentares evangélicos geralmente é semelhante nas votações que envolvem temáticas como a proibição do aborto (mesmo em casos previstos pela legislação) e questões de orientação sexual, sendo contrários a liberdade individual e a união civil de pessoas do mesmo sexo. Tais posicionamentos, além de não contemplarem diversos outros grupos religiosos (e também os sem religião como agnósticos e ateus), podem colocar em cheque a efetividade da laicidade do Estado brasileiro?

Clóvis de Barros Filho — Suponho que enquanto as regras forem respeitadas as regras contemplam a possibilidade de quaisquer brasileiros participarem das disputas eleitorais e ocuparem postos eletivos a participação dos evangélicos na política não compromete a laicidade do Estado. Comprometeria o princípio do Estado laico se tais políticos começassem a substituir as leis definidas pelos nossos legisladores por leis baseadas, na verdade revelada ou em dogmas religiosos. Apesar de os parlamentares evangélicos proporem uma agenda política que representa seus valores e crenças, as nossas leis continuam as mesmas. Prosseguimos tendo a mesma Constituição, conforme escrita pelos nossos constituintes. As instituições que zelam pela interpretação e aplicação da nossa Carta Magna continuam funcionando. Elas são laicas, de modo que a fé religiosa de seus membros não afeta de forma nenhuma a sua laicidade. Enfim, a meu ver, até o momento, a agenda evangélica não oferece nenhum perigo à laicidade do Estado. 

Rodolfo Capler — Por que o eleitor brasileiro costuma votar em candidatos políticos ineptos para o exercício de suas funções, comprovadamente corruptos e sem projetos políticos?

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Clóvis de Barros Filho — Creio que há algumas possíveis razões para isso acontecer. A primeira delas é que muitos profissionais da política, a despeito de suas práticas ilícitas, têm um grande capital político e acabam, de uma maneira ou de outra, aparecendo com grande destaque no processo eleitoral. Uma segunda razão é que a história política do país, às vezes, nos faz acreditar que a alteração dos representantes políticos não é efetiva para mudar a estrutura do sistema e que as condições de governabilidade são sempre associadas às práticas tidas como ilícitas. Ou seja, há certa descrença na possibilidade de um exercício da autoridade do Estado que possa permanecer blindada e imune aos assédios de agentes corruptores. 

Rodolfo Capler — Se o ex-presidente Lula vencer o pleito do próximo domingo, a polarização política que permeia o país continuará a dividir os brasileiros ou perderá forças? 

Clóvis de Barros Filho — Vencendo qualquer um dos polos, a polarização política continuará a existir no Brasil. Ela poderá ser matizada ou até relativizada pelo trabalho político de profissionais que não se consideram aliados a nenhuma das forças que lideram as intenções de voto. Se o trabalho desses atores políticos for bem feito, talvez, dentro de quatro anos tenhamos mais vozes com propostas que não sejam associadas a nenhum dos lados, com chances eleitorais mais consistentes que as atuais.    

Rodolfo Capler — Vários institutos internacionais que medem o status da democracia no mundo apontam para um declínio na qualidade da democracia brasileira,  desde o início do governo de Jair Bolsonaro. Na sua opinião, a democracia no Brasil correrá riscos caso Bolsonaro seja reeleito?

Clóvis de Barros Filho — Os embates do Poder Executivo com os demais poderes, estão testando as nossas instituições a todo o momento. Se elas resistirem a esses testes, se tornarão cada vez mais fortes e sólidas. Os países com instituições democráticas consolidadas são países que souberam enfrentar crises importantes. Olhando o cenário de forma [historicamente] um pouco mais recuada, eu vejo esses embates e esse eventual fortalecimento das instituições como algo positivo. Ou seja, podemos ser um pouco otimistas no que diz respeito ao futuro da nossa democracia. O cenário atual é cheio de crispações, crises sucessivas e dificuldades. Entretanto, está nos ensinando preciosas lições, como a prática da cidadania. Àqueles que estão nascendo agora, e estudarão a atual conjuntura nos livros de história, saberão que as mesmas instituições que estarão governando a vida nacional já suportaram ataques consideráveis com muito sucesso. 

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Rodolfo Capler — O Brasil tem jeito?   

Clóvis de Barros Filho — Sim, o Brasil tem jeito! Sou um democrata e defendo o princípio da representatividade em que o povo escolhe os seus governantes. Dessa forma, penso que o cerne da questão que você me apresenta é a qualificação da sociedade. Uma sociedade que se capacita elegerá representantes políticos mais aptos e virtuosos. Creio que a principal forma de investimento na sociedade é a priorização de uma boa educação de base. Essa é condição sine qua non para a construção de um país melhor. Não me refiro a uma educação de base que se limita a alfabetização. Precisamos dar um passo além. Se o fizermos, experimentaremos resultados a médio prazo muito significativos e transformadores. Sendo assim, se nos tornarmos uma sociedade que valoriza a educação e a vincula à carreira política, os nossos representantes a priorizarão como agenda de seus governos. Desta maneira, um novo tipo de governo existirá no Brasil e gerará uma nova sociedade. A educação é a nossa única saída.

Rodolfo Capler — No próximo domingo (2 de outubro), os eleitores brasileiros escolherão os seus deputados federais e estaduais; senadores; governadores; e o presidente da República. Em sua opinião, qual deve ser a postura cívica dos eleitores em relação aos seus candidatos eleitos?

Clóvis de Barros Filho — Antes de tudo, devemos escolhê-los em função de critérios que são valores conscientes e sopesados pela inteligência de cada um. Eu, particularmente, como disse há pouco, coloco a educação em grande destaque, pois, sou um educador. Cada eleitor possui valores e precisa identificar esses valores nas propostas dos seus candidatos políticos. Não basta que o vizinho sugira que tal candidato seja bom. É preciso ir além da sugestão e fazer escolhas com zelo e inteligência. Para termos o direito de reclamar do país devemos fazer a nossa lição de casa, estudando as propostas dos candidatos com muito cuidado. O voto não é o encerramento do nosso dever cívico. Fiscalizar os nossos candidatos eleitos também é uma maneira de fazê-lo. Alguns políticos não honram seus compromissos de campanha, prometem uma coisa e quando chegam ao poder, fazem outra, totalmente diferente. Por essa razão, cada eleitor deve confirmar a confiança depositada em seus candidatos. Somente dessa forma o processo eleitoral será, gradualmente, aperfeiçoado. 

Rodolfo Capler — Atividades de divulgação científica, como ter um canal no YouTube ou escrever uma coluna em um jornal, ainda são pouco reconhecidas pelas instituições de pesquisa e agências de fomento no momento de avaliar a produção acadêmica de alguém e lhe conceder bolsas e incentivos. Nos Estados Unidos essa visão tem mudado, os pesquisadores são mais valorizados se também aparecem na mídia. Como o senhor vê essa questão?

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Clóvis de Barros Filho — O campo acadêmico é um espaço relativamente autônomo onde os profissionais que nele atuam jogam um jogo; o jogo da academia. Os troféus são troféus propriamente acadêmicos, cujos valores só são percebidos por quem joga esse tipo de jogo. É um espaço com dominantes, dominados, pretendentes e regras específicas. Portanto, os jogadores desse jogo estão, de fato, disputando troféus e identificando estratégias para alcançá-los. Sendo assim, a divulgação pública do trabalho acadêmico só será atrativa se ela passar a ser reconhecida como uma boa estratégia para a obtenção dos troféus em disputa no campo acadêmico. Isso ainda não acontece no Brasil. Por exemplo, o fato de eu dar aulas na graduação e ser aplaudido pelos alunos não constitui uma variável relevante para a conquista dos troféus do mundo acadêmico. A propósito, Max Weber em “Ciência e Política: duas vocações”, pondera isso. No final das contas, a conquista dos troféus tem a ver com produções, articulações e movimentos que não passam pela sala de aula na graduação. Ou seja, o filé mignon do campo acadêmico é disputado, definido e cortejado por pessoas que estão distantes dos não iniciados ou dos membros de outras esferas da sociedade. Para melhor compreensão do fenômeno, eu recomendo a leitura de “Teoria geral dos campos” de Pierre Bourdieu. Ele estuda a ciência como resultado de uma produção cientifica socialmente explicável e construída, a partir dos interesses. Com base nisso, podemos concluir que os acadêmicos que almejam trabalhar com divulgação científica se sentirão desmotivados, pois além de não ganharem nada com isso, serão mal vistos pelos seus pares e perderão pontos na busca pelos troféus acadêmicos. Em face do exposto, presumo que surgirá a pergunta: “Por que o senhor, sendo um acadêmico, faz esse trabalho de divulgação fora dos muros da universidade?”. Justamente porque não estou mais jogando o jogo do mundo acadêmico. Estou jogando outro jogo, que me permite fazer, por exemplo, um Podcast cujo título é “Inédita pamonha”. (Risos)

Rodolfo Capler — O senhor pode ser considerado um intelectual público, no sentido de que é um acadêmico que se dirige a um público amplo, por meio de diversas mídias. Como o senhor vê esse papel?

Clóvis de Barros Filho — Essas definições são sempre resultados de construções identitárias, sendo fatos sociais. Eu passei a minha vida dizendo que não era filósofo, mas nunca adiantou (Risos). Eu não tenho controle sobre o que dizem sobre mim. Aliás, o que dizem ao meu respeito é maior que a minha autoavaliação. Dito isto, não me considero um intelectual público, mas um explicador. Sou um explicador esculpido, forjado e trabalhado na sala de aula. Orgulho-me de ter trabalhado em todo tipo de instituição educacional e com toda espécie de aluno. Isso foi decisivo para a minha formação como educador. Como explicador eu trabalho muito mais com as ideias dos outros do que com as minhas próprias ideias. Entretanto, na hora de explicar conceitos complexos eu os apresento embalados em minhas próprias articulações, aproximações e exemplificações. Considero a minha função de explicador público como algo muito importante, pois, ajuda as pessoas comuns a acessarem conceitos e ideias que, muitas vezes, lhes são distantes. Por conseguinte, eu diria que cada vida que tenha sido, minimamente, alterada por uma reflexão aperfeiçoada, ou por uma ideia por mim apresentadas, justifica e confere valor ao meu trabalho.

Rodolfo Capler — Qual mensagem o senhor gostaria de deixar aos eleitores brasileiros?

Clóvis de Barros Filho — O Brasil somos nós. Não sofremos nenhuma intervenção extraterrestre que nos faça ter comportamentos canalhas. Portanto, se o Brasil não é o que sonhamos, o problema é nosso. Temos de nos responsabilizar pela nossa crise ética. Faremos isso, de forma muito prática, indo às urnas no próximo domingo e votando com muito zelo e responsabilidade. Penso que só podemos deixar um legado às próximas gerações de brasileiros se nos responsabilizarmos pelos nossos erros e nos orgulharmos de nossos filhos ilustres. O Brasil deve se orgulhar de pensadores como Luiz Felipe Pondé, Leandro Karnal e Mario Sergio Cortella. É incomum três pessoas da qualidade deles viverem na mesma época, no mesmo lugar e no mesmo cenário. Eles são acadêmicos extremamente competentes e possuem uma inteligência rara, que combina comunicação, argucia, pertinência e repertório. Eu costumo visitar Portugal e não vejo isso lá. Eles têm pensadores fabulosos, mas não têm um Pondé, um Karnal e um Cortella; acadêmicos que ousaram sair da universidade e falar com o público comum. Encerro deixando a seguinte mensagem: é possível ter um Brasil melhor, com muitos Pondés, Karnais e Cortellas. 

Rodolfo Capler é teólogo, escritor e Pesquisador do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP

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