O amontoado de falsidades de Ciro Nogueira
Teses do chefe da Casa Civil, em artigo, são um ensaio do que será usado na campanha eleitoral
O artigo do ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, no Globo deste domingo, 16, é um amontoado de falsidades, e deixa claro que o governo vai usar esse tipo de mentira para fazer a campanha deste ano.
O ministro foi um apoiador dos governos petistas, que ele agora ataca em seu artigo, num espantoso caso de “alzheimer político”.
Ciro Nogueira diz que se o ex-presidente Lula for eleito, o governo faria no dia seguinte uma guinada para a Venezuela e Cuba. Falta explicar por que ele apoiou o PT nos anos em que ele governou o país.
O ministro da Casa Civil passa, depois, a se escorar na economia para defender o governo Bolsonaro. Diz que a gestão levou os juros ao menor nível da história.
Levou mesmo a 2%, agora já está em 9,25% e segue subindo, mas o ministro esquece de dizer isso.
Ciro diz que ele fez o Pix. Não fez não. Esse projeto de inovação na forma de pagamento já vinha sendo estudada no Banco Central por suas equipes técnicas.
Isso, cinco anos antes de ser implantado, e não pode ser reivindicado por nenhuma administração.
O ministro argumenta, e faz até piada (“aceitem que dói menos”), que Bolsonaro fez o maior programa social da história.
Como todos sabem, o auxílio emergencial foi uma emergência pandêmica e não um programa social, e o governo o adotou após ser empurrado pelo Congresso e pela sociedade.
Fala de privatizações que não existiram, já que Bolsonaro, um intervencionista confesso, não privatizou e ainda pendurou militares a indicados políticos na direção de várias empresas.
O chefe da Casa Civil afirma que o atual governo defende o teto de gastos, mas foi ele que o destruiu, como atestam, inclusive, economistas liberais. E ainda afirma, Ciro Nogueira, que o país está há três anos sem corrupção. Olha quem diz.
Isso é apenas uma parte da coleção de mentiras – ou de distorções – que o governo Bolsonaro apresentará na campanha. O país pode esperar. O plano é este.