Mesmo com recessão, o sol brilha na pandemia
Energia solar ganha força como alternativa aos altos custos no setor e continua crescendo e gerando emprego, apesar das crises na saúde e na economia

A pandemia do coronavírus, que obrigou milhões de pessoas a se isolarem em casa e, consequentemente, fez a conta de energia elétrica dos brasileiros subir ainda mais, fortaleceu um setor que já vem crescendo nos últimos anos: o de energia solar fotovoltaica.
Em conversa com a coluna, o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Lopes Sauaia, afirmou que, embora o setor tenha sentido o impacto da pandemia, especialmente entre abril e maio, já foi possível perceber uma recuperação nos meses de junho e julho.
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Para ele, a questão ambiental, que inicialmente era a principal motivação para que os consumidores e empresários optassem pela energia solar, já não é mais o fator essencial para a aquisição do serviço.
“Hoje já é mais barato para o consumidor na sua casa ou no pequeno negócio produzir a sua própria energia do que comprar da distribuidora. Então aquele motivo, aquela razão que levava as pessoas a investirem em energia solar, já virou a chave. Hoje o fator principal não é mais ambiental, é o econômico”, destaca o presidente da Absolar.
Ainda que a questão econômica seja preponderante, Rodrigo Sauaia lembra que a motivação ambiental ainda é levada em consideração na hora de o cidadão decidir pela energia solar. Apesar da política ambiental do governo Bolsonaro, que vem sendo criticada por autoridades e organismos internacionais, atrapalhar, o especialista acredita que os consumidores estão mais conscientes e reconhecem a energia solar como uma solução para os riscos climáticos do futuro.
“O próximo grande desafio global, que já está mapeado, são as mudanças climáticas. O Brasil está extremamente exposto aos riscos das mudanças climáticas. O nosso país precisa do clima para o agronegócio, ainda é muito dependente das chuvas também para geração de energia elétrica. Portanto, é fundamental para o Brasil que a gente consiga se antecipar a esses problemas e a energia solar é uma ferramenta estratégica para esse trabalho”, afirma Sauaia.
Segundo ele, nem mesmo a cautela dos investidores em meio à pandemia afetou de forma grave o segmento de energia solar fotovoltaica, que vem gerando empregos e acumulando investimentos privados no Brasil.
“Nós já trouxemos para o Brasil, como setor, no acumulado de 2012 para cá, R$ 31 bilhões em investimentos privados e 180 mil empregos, dos quais só no ano de 2020 foram R$ 6,5 bilhões em novos investimentos privados e mais ou menos 41 mil empregos novos neste ano, mesmo com a pandemia”, ressalta Rodrigo Sauaia.
Além dos altos investimentos, ele enfatiza que os empregos gerados pela atividade são, em sua maior parte, locais e têm uma boa remuneração, com média acima de dois salários mínimos. Mais um motivo para o governo apostar na energia solar, na visão do presidente da Absolar.
“Um dos melhores argumentos para o governo dar mais atenção e espaço para a energia solar fotovoltaica são os grandes ganhos que a tecnologia pode trazer não só para a economia, mas para os empregos, que são o foco agora das preocupações do governo no que diz respeito à recuperação da economia”, argumenta.
Com os valores da energia elétrica pesando no bolso dos consumidores e nas contas das empresas, a energia solar entra em um novo nível de competitividade, com condições de crescer ainda mais no país. “A energia solar fotovoltaica já encontrou seu caminho no mercado e sua maior influência está na visão liberal da economia e na forma como os consumidores têm percebido que isso pode ser um benefício econômico”, finaliza.
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