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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Ele vai incendiar o Brasil

Você achou que eu falava do Lula, mas trata-se de Bolsonaro. Bem-vindo a 2022

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 mar 2021, 09h08 - Publicado em 10 mar 2021, 07h54

O presidente Jair Bolsonaro vai incendiar o Brasil – a julgar pelo seu passado político, pela forma que entende a política e pela capacidade de fazer política demonstrada nos últimos anos. A decisão que anulou as condenações do ex-presidente Lula tem essa outra consequência. Além do terremoto no tabuleiro político de 2022, Bolsonaro ganhou fôlego para criar uma narrativa política mais palatável ao eleitor – especialmente para o brasileiro de direita.

O presidente gosta de se apresentar como salvador da pátria. Foi o que fez em 2018. Inventou ser um outsider que acabaria com a corrupção e a desorganização do estado brasileiro. O problema é que ele, depois, ajudou a fragilizar os mecanismos de controle – vide o esvaziamento do Coaf, a tentativa de interferência na Polícia Federal e a escolha de um procurador-geral fora da lista tríplice – e afundou o país com a péssima gestão da pandemia.

Hoje somos um pária internacional, o que era questão de tempo à medida que o governo mantinha sua visão limitada e tacanha do mundo. Mas vejam vocês o que pode salvá-lo. Bolsonaro aparelhou as áreas do meio ambiente, direitos humanos e política externa e nunca deu o braço a torcer diante da péssima gestão de Ricardo Salles, Damares Alves e Ernesto Araújo – isso sem falar do “falecido” Abraham Weintraub na educação. E por quê? Era estratégico.

A verdade é que aí, nesse ninho radical, mora o perigo. Com esses ministros, Bolsonaro deixou o fogo dos radicais em banho maria – mas com a brasa ainda acesa. Tudo isso para poder, em algum momento, usá-la da forma como achar conveniente. Essa é a avaliação de um ex-palaciano do governo Bolsonaro ouvido pela coluna nesta semana. A visão explicaria também porque, mesmo quando a gestão dos ministérios era considerada péssima e a pressão para demissões aumentava, o presidente manteve os três no cargo.

Bem, a hora de usar esse capital político conquistado entre os eleitores de extrema-direita chegou. A aposta é a de que, com elegibilidade de Lula, Bolsonaro entre em campanha, primeiro acendendo o fogo dos radicais da extrema-direita. Depois, buscando se apresentar como o único capaz de vencer o PT. Não se admire se o presidente começar a dizer, por exemplo, que o PSDB, de João Doria, só sabe levar surra eleitoral do Partido dos Trabalhadores. A ideia é inviabilizar o centro. E dividir para conquistar: “quem não está comigo está com eles”. Bem-Vindo a 2022.

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