O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho Zero Três do presidente Jair Bolsonaro, resolveu dobrar a aposta em relação ao machismo e misoginia que pratica, e que recebeu no berço. Na semana passada, associou, de forma absurda, a cratera aberta no metrô de São Paulo à contratação de mulheres.
“’Procuro sempre contratar mulheres’, mas por qual motivo? Homem é pior engenheiro? Quando a meritocracia dá espaço para uma ideologia sem comprovação científica o resultado não costuma ser o melhor. Escolha sempre o melhor profissional, independente da sua cor, sexo, etnia e etc“, afirmou Eduardo Bolsonaro.
Ele conseguiu o que queria: chamar a atenção. Foi duramente criticado por vários setores da sociedade. A tática da extrema direita é esta. Mas a pergunta que fica é: como não comentar e cobrir o que diz o deputado federal mais votado do Brasil, filho do presidente da República?
Esta é a armadilha mais usada pelos extremistas do bolsonarismo, e a imprensa precisa cobrir para mostrar os absurdos – isso, enquanto especialistas em marketing já disseram que esse foi um dos motivos pelos quais eles venceram em 2018.
A família Bolsonaro é um retrato de parte expressiva da sociedade brasileira.
Estudos em universidades americanas, por exemplo, mostraram que os títulos das reportagens de jornais daquele país sobre Donald Trump deveriam mudar.
Em vez de dizer que Trump afirmou, por exemplo, que “o nazismo é um movimento de esquerda”, falácia repetida por bolsonaristas também no Brasil, basta escrever “Trump mente mais uma vez sobre nazismo”.
Por aqui, Eduardo Bolsonaro seguiu em sua sanha para ganhar interação e atenção, atacando de novo as mulheres em outro vídeo publicado nas redes sociais, desta vez no fim de semana. Neste, afirmou que o “feminismo cresce por causa de homem frouxo”. Mais um absurdo.
“Isso tudo que estamos vivendo é a ditadura do politicamente correto. Em que pouco importa a meritocracia, mas sim a cor da pele, o sexo, dentre outras características da pessoa que nada se relacionam com o trabalho que ela vai fazer. É contra isso daí que eu não consigo ficar quieto”, afirmou o deputado federal.
Seguindo a linha dos ensinamentos que levaram à queda da extrema direita nos Estados Unidos, o caso de Eduardo Bolsonaro deve ser tratado como um novo ataque dele às mulheres, ou o novo machismo e a nova misoginia do deputado federal mais votado do país, ou o novo ataque absurdo. E… não publicar no título a frase absurda de Eduardo Bolsonaro.
O país terá um longo ano eleitoral pela frente, mas é preciso enfrentá-lo da melhor forma.