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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Dilma dá a real sobre o principal erro de Chávez na Venezuela

Ex-presidente define claramente as mazelas do governo venezuelano

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 jan 2022, 12h31 - Publicado em 10 jan 2022, 12h28

O vídeo de uma entrevista concedida pela ex-presidente Dilma Rousseff em agosto do ano passado voltou a ganhar destaque neste final de semana e viralizou. Uma resposta dela nessa entrevista é a declaração mais lúcida de um petista sobre a Venezuela, assunto que tem potencial de movimentar o debate na corrida presidencial.

Em entrevista, a presidente foi na contramão do posicionamento do PT, afirmou que o chavismo apostou no Exército para estar no poder e destacou que a Venezuela não possui empresariado, realidade típica de ditaduras.

Na conversa, Dilma afirma que os movimentos sociais derrotados são um dos pontos que permitem o surgimento da ultradireita.

“Tem duas coisas que permitem o surgimento da ultradireita. Uma: se de uma certa forma os movimentos sociais estão derrotados. Duas: se há cumplicidade dos outros Poderes”, diz a ex-presidente que, em seguida, enfatiza que governo não faz movimentos sociais.

O entrevistador questiona se a Venezuela não mostra o oposto do que Dilma está dizendo. Ela diz que a Venezuela não é boa comparação. Depois sorri e conta uma história surreal.

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“Uma vez, eu estava questionando o Chávez porquê ele levava, sem falar conosco, empresários brasileiros para discutir em outros países da América Latina. E perguntei para ele assim, a título de conversa amigável: você acharia correto, Chávez, que a gente convocasse seus empresários para levar para outro país para fazer uma discussão? Ele disse para mim: eu acharia engraçado, eu não tenho empresários”, afirma Dilma.

A ex-presidente ainda diz: “Com isso eu quero te dizer o seguinte. Não dá para comparar a gestão do Brasil com a gestão da Venezuela. É incomparável”.

O entrevistador diz que o chavismo fez uma aposta na mobilização social permanente. Dilma o interrompe. “Não, o chavismo fez uma aposta no Exército. […] Fundamentalmente. A não ser que a gente seja ingênuo”, rebate Dilma.

As falas da ex-presidente são fortes e representam uma análise diferente da feita pelo PT. Em novembro do ano passado, a legenda publicou matéria em seu site oficial elogiando as eleições na Venezuela e falou em respeito às regras democráticas.

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“A Secretaria de Relações Internacionais saúda a realização das eleições venezuelanas neste domingo, 21 de novembro. O processo eleitoral ocorreu em total respeito às regras democráticas e concedeu a vitória do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) em vinte estados, tendo a oposição vencido nos três restantes”, mostra o texto do PT.

Agora, o partido terá que lidar com as declarações de Dilma que, embora não tenha dito claramente que o chavismo é uma ditadura, deixou claro que o país tem duas nuances típicas de regimes ditatoriais: falta de empresariado e controle do Exército.

“Onde estiver o Exército, nunca acredite que as mobilizações paramilitares ocorram sem a cumplicidade deles”, disse a ex-presidente.

Durante seu mandato como presidente do país, Dilma ficou conhecida por dar declarações atrapalhadas e por não se expressar de forma clara sobre diversos assuntos. Dessa vez, a presidente foi clara.

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Se o PT insistir em defender o regime da Venezuela isso certamente será usado por seus adversários na campanha. Melhor seria ouvir o que a ex-presidente está dizendo.

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